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Cientistas declaram guerra contra cosméticos para bebês

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postado em 18/09/2008 14:16
PARIS - Cientistas, médicos e diretores de centros de saúde franceses declaram guerra contra os "kits de recém-nascidos" distribuídos para as mães nas maternidades, considerando-os um verdadeiro "coquetel tóxico". Estes estojos contêm diversos produtos, com cremes, gel de banho, água mineral, toalhinhas umedecidas perfumadas, etc. "Temos grandes suspeitas com relação a muitos destes produtos", declarou à imprensa Olivier Toma, presidente do Comitê para o Desenvolvimento Durável em Saúde (C2DS) e diretor de hospital. O químico especialista em tóxicos André Cicolella destacou, por sua vez, que estes produtos contêm cada vez mais conservantes, alguns dos quais interferem no sistema hormonal dos usuários. Neles podem ser encontrados também o ácido EDTA (ácido etileno diaminotetracético), um estabilizador de produtos que pode ser reprotóxicos; bisfenol A, substância classificada como tóxica no Canadá; Fenoxietanol, que favorece a absorção de um produto pela pele e que pode ser perigoso para o sistema nervoso e para o sangue, e outras substâncias suspeitas de serem cancerígenas. Finalmente, a água mineral incluída nestes kits pode conter nitratos em excesso, segundo o Comitê. O oncologista Dominique Belpomme destacou que "doses muito baixas de perturbadores endócrinos podem incidir no surgimento de câncer de mama ou de próstata 30 anos mais tarde". Em resposta, a Federação Francesa de Empresas de Beleza (FEBEA), afirmou que "os produtos cosméticos para crianças são controlados estritamente" e que, em caso de dúvida, a agência de segurança sanitária "ordena que sejam imediatamente retirados do mercado". Os laboratórios Expansciences, fabricantes dos produtos para bebês Mustela, afirmaram nesta quinta-feira que só utilizam "ingredientes autorizados". "Os produtos para bebês são sumamente regulamentados na França", reagiu Philippe Msika, diretor do Expansciences. Os cientistas e médicos dizem que embora os industriais respeitem os limites autorizados, o problema está na "repetição das doses" e na duração da exposição.

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