postado em 18/09/2008 18:10
As relações entre Cuba e Rússia "são promissoras" e atravessam uma etapa de "relançamento" nas esferas política, econômica e comercial, afirmou nesta quinta-feira o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque.
"Produziu-se um relançamento do diálogo político, da troca de delegações" e "nos parece que é promissora a situação das relações entre nossos países", disse Pérez Roque, em entrevista coletiva para apresentar um relatório sobre o embargo que os EUA aplicam contra Cuba desde 1962.
"Houve um processo de desenvolvimento das relações entre Rússia e Cuba no último período, em particular na identificação de perspectivas de cooperação no terreno econômico, do comércio e de investimentos", acrescentou.
O ministro destacou que a Rússia "é um ator de crescente relevância no cenário internacional" e "um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU", que "teve uma posição firme e conseqüente de rejeitar o bloqueio americano".
As declarações do chanceler foram dadas um dia depois de o diretor da Agência Espacial russa, Anatoly Perminov, ter anunciado em Moscou que a ilha poderá utilizar, no futuro, o sistema russo de navegação por satélite (Glonass), administrado pelo Ministério da Defesa da Rússia.
Perminov acrescentou que Cuba e Rússia fizeram negociações preliminares sobre a possibilidade de construir na ilha um centro espacial, com assistência russa, mas o chanceler cubano não se referiu a esse tipo de cooperação.
Com um intercâmbio comercial de 363 milhões de dólares em 2007, Cuba tem como seu 10º sócio comercial a Rússia, herdeira da extinta União Soviética, principal fornecedor comercial, tecnológico e financeiro da ilha entre 1961 e 1991.
A Rússia foi o primeiro país a enviar ajuda de emergência, 120 toneladas, para os milhares de cubanos desabrigados, após a passagem dos furacões Gustav e Ike, que castigaram a ilha entre 30 de agosto e 9 de setembro.