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Evo Morales compara massacre de Cobija à 'limpeza étnica'

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postado em 19/09/2008 20:24
Panamá - O massacre de camponeses partidários do governo boliviano, ocorrido na semana passada na região de Cobija, capital do departamento de Pando, foi "como uma limpeza étnica", disse nesta sexta-feira, no Panamá, o presidente boliviano, Evo Morales. "Não foi um simples massacre, foi como uma limpeza étnica envolvendo dirigentes indígenas e camponeses", afirmou o presidente boliviano. Morales revelou que "onde eu nasci queimaram lojas, casas, roubaram e saquearam. É fascismo puro. O senhor (governador) de Pando (Leopoldo Fernández, preso na quinta-feira) manipulava o povo com dinheiro e armas". "Felizmente, ontem, a Justiça meteu na cadeia um grande assassino, que, lamentavelmente, praticou uma forma de genocídio contra a humanidade. Espero agora que se faça justiça". Morales disse que, até o momento, mantém uma boa relação com o comando militar de seu país, apesar de "suspeitar de algo sobre alguns comandantes de algumas regiões". "Mas como respeitam a institucionalidade, sinto que também respeitam o presidente e a Constituição", frisou. Segundo o presidente, as Forças Armadas são necessárias para qualquer país, "mas precisam estar com o povo, e não com o Império". Morales fez um apelo à oposição para que não abandone o diálogo. "Quero que façam oposição, mas com consciência, e não com violência. Isso significa votar, rejeitar, ou aprovar pelo voto, de maneira consciente. Sinto que a violência procede de algumas conspirações ilegais e, felizmente, o povo boliviano e a comunidade internacional estão vendo isso". Morales disse que a Bolívia quer aprofundar as relações com qualquer país do mundo, incluindo os Estados Unidos, "desde que respeitem nossa soberania e não nos digam com quem podemos manter relações, ou não". Finalmente, Morales anunciou que, na próxima semana, irá às Nações Unidas para "denunciar como o Império (EUA) entra na Bolívia para conspirar contra o governo e seu povo".

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