postado em 21/09/2008 15:15
O presidente sul-africano Thabo Mbeki afirmou neste domingo (21/09) que já havia apresentado sua carta de renúncia à Presidência do Parlamento, em uma mensagem transmitida pela TV.
"Gostaria de aproveitar esta oportunidade para informar ao país que hoje entreguei uma carta ao presidente da Assembléia Nacional Maleka Mbete para apresentar minha demissão como presidente da República da África do Sul em um dia que será determinado pela Assembléia Nacional", disse Mbeki em uma mensagem transmitida ao vivo.
Mbeki justificou sua decisão para manter a unidade de seu partido, o Congresso Nacional Africano, e destacou que "respeita a decisão" do CNA, ao qual pertence há 52 anos.
O CNA, que decidiu no sábado (20/09) pedir a renúncia de Mbeki, não tem o poder constitucional de destituir diretamente o presidente, já que o chefe de Estado sul-africano foi nomeado pelo Parlamento após eleições gerais.
Mbeki, de 66 anos, que sucedeu a Nelson Mandela na presidência em junho de 1999, foi acusado recentemente de ter pressionado para que a Justiça condenasse por corrupção seu adversário político e líder do CNA, Jacob Zuma.
"Sempre protegi a integridade da Justiça", disse Mbeki no discurso deste domingo sobre o caso Zuma.
O favorito para assumir a presidência sul-africana é o próprio Zuma, que tomou a liderança do CNA de Mbeki no ano passado.
Pela Constituição sul-africana, o presidente é nomeado pelo Parlamento, que é dominado pelo CNA desde as eleições de 1994, três anos após o fim do apartheid.
A queda de Mbeki foi precipitada pela decisão judicial de 12 de setembro passado, que absolveu Zuma das acusações de corrupção e sugeriu a interferência do governo no processo para condená-lo.
Zuma era acusado de 16 crimes, incluindo lavagem de dinheiro, fraude e de receber dinheiro para defender os interesses da companhia francesa Thint em uma polêmica operação de compra e venda de armas.