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Olmert apresenta renúncia a Peres

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postado em 21/09/2008 17:20
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, acusado de envolvimento em casos de corrupção, entregou na noite deste domingo (21/09) sua renúncia ao presidente Shimon Peres, abrindo caminho para que a ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni, assuma a direção de Israel. Olmert, que se manterá no posto até a nomeação de seu sucessor, chegou discretamente à noite ao prédio da Presidência, em Jerusalém, constatou um fotógrafo da AFP. Pouco depois, o presidente israelense, Shimon Peres, anunciou à imprensa a saída de Olmert, que homenageou por sua "ação em favor do povo e do Estado de Israel". Peres destacou que consultará "todos os grupos parlamentares para tomar uma decisão o mais cedo possível" sobre a sucessão. O presidente destacou que as consultas serão concluídas antes de sua viagem a Nova York, onde representará Israel na Assembléia Geral das Nações Unidas. Legalmente, o presidente dispõe de sete dias para realizar consultas entre os diversos partidos com representação no Parlamento (Knesset). Ao final das consultas, Peres deve designar Tzipi Livni, que já sucedeu a Olmert na direção do principal partido israelense, o Kadima, após as primárias realizadas na quarta-feira passada. Peres deverá consultar os representantes do Kadima, que propuseram o nome de Livni para o cargo de premier. Em seguida, ouvirá o Partido Trabalhista - profundamente dividido e que até o momento rejeita o nome de Livni -, os conservadores do Likud - que defendem a convocação de eleições - e o Shass, o partido ultraortodoxo. Peres também escutará outros partidos, em particular o que representa a população árabe. Como chefe do partido no poder, Livni tem todas as possibilidades de ser a nova premier de Israel. Se for escolhida, Livni terá 42 dias para apresentar um governo, do contrário, serão convocadas eleições antecipadas em 90 dias. Os planos de Livni podem ser bloqueados por uma possível aliança de dois ex-chefes de governo, Ehud Barak (trabalhista), atual ministro da Defesa, e Benjamin Netanyahu (Likud), que se encontraram na noite de sábado em Tel Aviv. Os dois defendem um "governo de emergência", informou o ministério da Defesa, em referência a um gabinete que reuniria trabalhistas, Likud e Kadima. Olmert, que sucedeu a Ariel Sharon em janeiro de 2006, pode ser denunciado por corrupção.

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