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Livni é encarregada de formar novo governo em Israel

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JERUSALÉM - A chanceler israelense Tzipi Livni foi encarregada nesta segunda-feira (22/09) pelo presidente Shimon Peres de formar o próximo governo, no dia seguinte à demissão do primeiro-ministro Ehhud Olmert. "Ao término de suas consultas com os partidos políticos, o presidente encarregou Tzipi Livni, a dirigente do Kadima (o partido no poder) de formar um governo", segundo um comunicado oficial. Livni tem agora um prazo de 42 dias para mobilizar uma maioria parlamentar e constituir um novo governo. Se ela fracassar nesta missão, eleições antecipadas serão organizadas dentro de um prazo de 90 dias, ou seja, no início de 2009. O presidente Peres anunciou esta decisão depois de consultar os líderes de partidos políticos representados no Parlamento depois da renúncia, domingo, do primeiro-ministro Olmert, envolvido em casos de corrupção. No entanto, Olmert seguirá liderando um governo de transição até a formação de um novo gabinete ou a realização de eleições. Eleita quarta-feira passada na direção do Kadima, que tem 29 das 120 cadeiras da Knesset (Parlamento), Tzipi Livni era a única personalidade a poder entrar na disputa pelo cargo de primeirp-ministro na atual legislatura. Entretanto, ela ainda não tem a garantia de ser empossada pelo Parlamento, devido à fraqueza da coalizão atual e das profundas divisões na Câmara. Segundo a televisão, somente 38 deputados a recomendaram ao presidente para a formação de um governo. Nas primárias do Kadima, Livni derrotou, com certa dificuldade, o ministro dos Transportes Shaul Mofaz. Ela vai ter agora que superar as reticências do partido ultra-ortodoxo Shass (12 deputados), cujo apoio é indispensável para obter uma maioria estável na Knesset. Entretanto, este partido impõe como condição para continuar na coalizão no poder um compromisso formal de Tzipi Livni de não conduzir qualquer negociação sobre o futuro da parte leste de Jerusalém, um ponto crucial nas discussões de paz israelense-palestinas. O Shass também exige um aumento significativo das ajudas financeiras do Estado às famílias, algo que Livni e o ministro das Finanças, Roni Bar On, rejeitam categoricamente. A chanceler israelense também tem que enfrentar manobras complicadas do partido trabalhista (19 cadeiras), principal parceiro do Kadima no governo de Olmert. Os trabalhistas se abstiveram domingo de expressar apoio à candidatura de Livni, defendendo a de seu líder Ehud Barak, atual ministro da Defesa. Porém, a lei exige que um primeiro-ministro seja deputado para poder ser designado pelo Parlamento, o que não é o caso de Barak. Tzipi Livni se encontrou com Ehud Barak na noite de domingo, em uma reunião considerada por ambas as partes "positiva e séria". Peres também se encontrou com os representantes do Kadima, antes de se reunir com os trabalhistas. Ele recebeu em seguida os representantes do Likud (direita, oposição), que são contra a candidatura de Livni e sugeriram a organização de eleições antecipadas. De fato, o líder desta formação, o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, é um dos favoritos das pesquisas de opinião. O presidente Peres também conversou com os representantes do Shass, que ainda não deram sua resposta.