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Inquérito do caso Jean Charles recomeça com escolha de jurados

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postado em 23/09/2008 07:57
;Hoje conseguimos nossa primeira vitória após três anos de luta. A escolha dos jurados foi ótima, temos certeza de que vão agir da maneira correta;, disse ao Correio, por telefone, Alex Alves Pereira, sobre o primeiro dia de interrogatório do assassinato do primo, o brasileiro Jean Charles de Menezes. O eletricista mineiro foi executado em 2005 pela Scotland Yard, a polícia britânica, após ser confundido com um terrorista. A manhã de ontem começou com muita ansiedade por parte dos primos de Jean Charles que vivem no Reino Unido e do resto da família, que mora em Gonzaga (MG). ;Como o juiz ressaltou, não existe julgamento de quem estava certo ou errado, porque isso não tem de ser questionado. É simplesmente uma busca pela verdade. Precisamos saber quais foram os motivos que levaram os policiais a atirarem no Jean da forma violenta como foi;, disse Alex. A seleção do júri, formado por 11 pessoas, ocorreu pela manhã. O dia se seguiu com a apresentação detalhada do crime aos jurados, feita pelo legista Michael Wright. Uma faixa escrita ;Justiça por Jean Charles; cobria a fachada de um prédio próximo ao estádio oval de críquete, no sul de Londres ; onde a Corte Southwark funcionará pelos próximos três meses. A campanha Justice4Jean fez um silencioso protesto no local. Ouça entrevista: Alex Pereira, primo de Jean Carles, fala sobre o primeiro dia do inquérito Mea-culpa Mais cedo, uma mensagem publicada no site oficial da Scotland Yard em nome do comissário-chefe, Ian Blair, pedia a união dos policiais para passar os ;três difíceis meses; que estão por vir. ;Jean Charles de Menezes era um homem totalmente inocente e a Polícia Metropolitana toma responsabilidade total por sua morte;, declarou. O comissário alertou para a ;cobertura intensa; que a imprensa fará. Segundo Blair, a morte de Menezes ocorreu ;no meio, talvez, de um dos maiores desafios operacionais que o serviço enfrentou desde a Segunda Guerra Mundial;. ;Nossa aproximação será da humildade. Em 22 de julho de 2005, acreditávamos que o nosso sistema de comando, de fiscalização e de intervenção de armas de fogo estava entre um dos melhores do mundo. Entretanto, ele falhou na resposta a uma circunstância previamente imprevista: homens-bomba pelo caminho;, completou Blair. Nesta terça-feira (23/09), o dia será de reconhecimento dos locais por onde Jean ; e os policiais que o seguiram por todo o caminho ; passaram no dia do crime. Os jurados serão levados em um ônibus oficial para o tour. Eles visitarão o local onde a vítima morava, o local do assassinato (estação de metrô de Stockwell) e o próprio quartel-general da Scotland Yard. Amanhã será a vez de o responsável pela investigação da Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC) se pronunciar. À tarde, Alex vai contar aos jurados quem era Jean Charles e falar sobre sua rotina no Reino Unido.

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