Mundo

Agente policial mais conhecida do Afeganistão é assassinada

;

postado em 28/09/2008 10:13
KANDAHAR - Malalai Kakar, a agente policial mais famosa do Afeganistão por sua incansável defesa das mulheres, foi assassinada neste domingo pela manhã (28/09) em frente à sua casa em Kandahar, reduto dos islamistas talibãs no sul do país, indicou uma fonte oficial. "Malalai Kakar foi alvo dos disparos de vários homens armados nesta manhã, entre 07H00 e 08H00 (local), quando estava saindo de casa para ir trabalhar. Ela morreu na hora e o filho dela foi ferido", declarou AFP Zalmay Ayoobi, porta-voz do governado de Kandahar. Segundo um médio do hospital de Mirwais, em Kandahar, o corpo da policial foi levado para o necrotério. "Ela foi atingida na cabeça. O filho dela foi gravemente ferido e está em coma", acrescentou. Malalai Kakar, de uns 40 anos, era mãe de seis meninos, tinha patente de capitão e dirigia o departamento de repressão da criminalidade contra mulheres, na delegacia de Kandahar, a grande cidade do sul do país. O assassinato foi assumido por um porta-voz dos talibãs, que já a haviam ameaçado diversas vezes. "Malalai Kakar era um de nossos objetivos e hoje conseguimos eliminá-la", declarou Yusufu Ahmadi. Filha e irmã de policiais, Malalai Kakar entrou para a polícia no fim dos anos 80. Com a chegada dos talibãs no poder, fugiu do país porque as mulheres foram impedidas de trabalhar. Quando o regime talibã foi derrotado no fim de 2001, Malalai Kakar recuperou imediatamente seu cargo, o que lhe valeu vários artigos na imprensa afegã e internacional. "Ela foi a primeira mulher a se envolver na polícia em Kandahar depois da queda dos talibãs. Malalai era muito respeitada em Kandahar. Sabíamos que era muito valente", indicou uma fonte da polícia, pedindo anonimato. "Malalai nunca andava sem sua arma e sempre estava na companhia de algum homem da família", disse esta fonte.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação