postado em 30/09/2008 14:29
ATENAS - Um debate internacional reuniu nesta terça-feira (30/09), em Atenas, pesquisadores da comunicação e universitários para discutir a pornografia, no contexto de sua proliferação e crescente brutalidade. O encontro de dois dias tem o objetivo de analisar a situação atual "entre a favor e contra, pânico moral e valorização incondicional", explicou sua organizadora, Katerina Sarikakis, pesquisadora da universidade britânica de Leeds.
"Há cerca de 15 anos, as novas tecnologias, a imigração e a mundialização transformaram a oferta pornográfica. Estamos assistindo simultaneamente à explosão da produção, a conteúdos cada vez mais violentos e à banalização, e tudo isso nos leva a uma série de questionamentos", afirmou a especialista da comunicação.
O título da reunião, "Globalização, meios e conteúdo pornográfico: desafios para a regulamentação e pesquisa", demonstra também a vontade do mundo universitário de contribuir para a elaboração de políticas sobre o tema, destacou por sua vez Stelios Papthanassopoulos, da Universidade de Atenas.
As diversas novidades, que vão desde o crescente 'glamour' da cultura do cafetão nos Estados Unidos, onde estrelas do hip-hop desfilam levando adolescentes amarradas com uma corrente, à atual explosão dos clubes de 'striptease' na Inglaterra, mostram que o comércio do sexo se tornou "parte integrante da vida cotidiana das pessoas e da mídia", segundo Papthanassopoulos.
"Um estudo revelou que, todos os dias, 260 novos sites de pornografia são criados na internet, e que, com a explosão do mercado da telefonia móvel, estima-se que o faturamento com pornografia no mundo chegue a 14 ou 15 bilhões de dólares por ano", disse a socióloga americana Jennifer Johnson.