postado em 30/09/2008 16:19
Nova York - A líder mundial do setor farmacêutico Pfizer abandonará a pesquisa sobre tratamento contra o colesterol - com seu remédio estrela Lipitor - para se concentrar nas terapias contra o câncer e contra o mal de Alzheimer, informou o "Wall Street Journal" nesta terça-feira (30/09).
Segundo uma porta-voz da companhia, a diretoria anunciou, internamente, na semana passada, que não fará mais pesquisas preliminares sobre uma série de tratamentos para quadros de anemia, arteriosclerose, fragilidade óssea, fibrose do fígado, obesidade, insuficiências cardíacas, entre outros. De acordo com o WSJ, a Pfizer buscará sócios para retomar o desenvolvimento desses remédios.
"O abandono dessas áreas não tem impacto sobre nossos produtos já comercializados, como o Lipitor, ou nossos programas em estado avançado de desenvolvimento", esclareceu a porta-voz, Liz Power.
Assim, os estudos clínicos da Fase III (que precede o pedido de comercialização) continuam, no caso do anticoagulante Apixaban, desenvolvido com o Bristol Myers-Squibb, e do Thelin (sitaxsetan), contra hipertensão arterial pulmonar.
Essa mudança é parte de um esforço global de reestruturação, que deve economizar entre 1,5 bilhão e 2 bilhões de dólares antes do fim do ano. Em nota, a Pfizer anunciou que tem, atualmente, 114 programas em desenvolvimento, dos quais 31 ultrapassaram uma etapa adicional nos últimos seis meses. Além disso, 19 têm a ver com as prioridades identificadas pelo laboratório: oncologia, tratamento da dor e das inflamações, diabetes, mal de Alzheimer e esquizofrenia.
"Investimos nos campos médicos mais promissores, onde há importantes necessidades não satisfeitas, mercados favoráveis e uma oportunidade de fazer a Medicina avançar", declarou o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Pfizer, Martin MacKay. O objetivo é ter de 15 a 20 pedidos de autorização para comercializar no período 2010-2012.
O Lipitor, medicamento mais vendido do mundo (12,7 bilhões de dólares em receita, em 2007), é o carro-chefe da Pfizer. Sozinho, representou 21% das vendas do grupo fora dos EUA no segundo trimestre de 2008.