postado em 01/10/2008 21:52
Washington - O horizonte parece mais claro a pouco mais de um mês da eleição presidencial americana para o democrata Barack Obama, considerado por várias pesquisas favorito frente a seu adversário John McCain e superando os 50% de intenções de voto em três estados-chave.
Uma sondagem do Pew Research Center indica sete pontos de vantagem para Obama em nível nacional (49% contra 42% de McCain), enquanto que outra pesquisa da Universidade de Quinnipac dá a ele de 8 a 15 pontos de vantagem em três dos principais estados (Flórida, Ohio e Pensilvânia).
Uma terceira enquete, CBS/New York Times, revela uma vantagem de 9 pontos para Obama, que obtém 49% das intenções de voto, contra 40% para McCain.
O estudo do Pew Research Center destaca que o democrata não tinha uma vantagem tão ampla desde junho. A última pesquisa do Pew, divulgada em meados de setembro apontava um empate entre os adversários (46% de intenções de voto para Obama e 44% para McCain).
Segundo o Pew, três fatores explicam o avanço do candidato democrata: sua performance durante o debate transmitido pela TV na sexta-feira passada, considerada "excelente ou boa", a confiança que inspira para resolver a crise financeira e o efeito negativo da candidata republicana à vice-presidência, Sarah Palin, na campanha de McCain.
De acordo com a pesquisa do Pew, 51% dos norte-americanos consideram que a governadora do Alasca não tem os pré-requisitos para eventualmente ocupar o posto de presidente dos Estados Unidos.
Segundo a sondagem da Universidade de Quinnipac, Obama supera McCain com 51% a 43% das intenções de voto na Flórida, com 50% a 42% em Ohio, e com 54% a 39% na Pensilvânia. A pesquisa foi realizada depois do debate de sexta-feira entre ambos os candidatos.
Antes do debate os resultados das pesquisas da mesma instituição indicavam que a diferença era de 49% a 43% na Flórida, de 49% a 42% em Ohio e de 49% a 43% na Pensilvânia.
Nenhum candidato chegou à Presidência desde 1960 sem vencer em dois desses três campos de batalha, que foram visitados várias vezes por Obama e McCain.
"É difícil encontrar uma corrida presidencial moderna na qual se constate uma diferença tão considerável, rápida e clara no final da campanha", disse Peter Brown, vice-diretor do Instituto de Pesquisas da Universidade de Quinnipiac.
"Durante os últimos 20 dias, o senador Obama passou de sete pontos de desvantagem para oito pontos à frente de seu adversário na Flórida, acentuou sua vantagem em Ohio e tem 15 pontos na Pensilvânia", acrescentou Brown. "McCain tem muito trabalho pela frente se quiser chegar à Casa Branca e não há exemplo de recuperação parecida nos últimos 50 anos".
Outras pesquisas recentes mostram um aumento das intenções de voto em favor do senador pelo Illinois em outros estados-chave, como Carolina do Norte, Virgínia e Colorado. Faltam 34 dias para a eleição e podem surgir muitas surpresas que modifiquem o cenário.
Nos últimos 34 dias, por exemplo, passaram pelo Golfo do México os furacões Gustav e Ike, a taxa de desemprego atingiu seu nível mais alto nos últimos sete anos, o banco Lehman Brothers quebrou, o Merrill Lynch foi comprado pelo Bank of America, a companhia de seguros AIG foi estatizada e o governo Bush propôs um plano de resgate do sistema financeiro de 700 bilhões de dólares, rejeitado pela Câmara de Representantes.
"Se os próximos 34 dias se parecerem com os 34 últimos, teremos uma montanha russa", considerou Neil Newhouse, deiretor de pesquisas da rede de TV NBC News.