postado em 03/10/2008 10:02
MOGADÍSCIO - Os piratas somalis, que mantêm em seu poder desde 25 de setembro um cargueiro ucraniano carregado de armas, afirmaram nesta sexta-feira (03/10) que as negociações com os proprietários do navio "progrediam", sem no entanto mencionar uma liberação iminente do Faina e de sua tripulação.
No cargueiro, ancorado frente ao porto de Hobyo (500 km ao norte da capital somali Mogadíscio) e sob a vigilância permanente de navios de guerra americanos, "os membros da tripulação e os somalis a bordo estão em segurança e em bom estado de saúde", afirmou um porta-voz dos piratas.
"As negociações progridem com os proprietários do navio", acrescentou esse porta-voz. "Não posso dizer a vocês quando as negociações terminarão, mas as discussões são certamente animadoras".
Segundo as autoridades ucranianas, o cargueiro pertence à empresa panamenha Waterlux. "O proprietário da embarcação realiza negociações com representantes dos piratas", indicou o Conselho de Segurança Nacional e Defesa ucraniano.
O Faina transporta 33 tanques T-72 de fabricação soviética, além de 150 lanças-foguetes RPG-7, baterias antiaéreas, diversos lanças-foguetes e cerca de 14.000 munições. A embarcação se dirigia para o porto queniano de Mombasa quando foi atacado.
O destino do carregamento de armas ainda não foi esclarecido. O Quênia e a Ucrânia defendem que se trata de uma entrega para o Exército queniano. Mas os piratas e um porta-voz da Marinha americana asseguraram que as armas estavam destinadas a um cliente no Sudão, suscitando desmentidos de Nairóbi e Kiev.