postado em 05/10/2008 13:00
Cientistas americanos encontraram as pegadas fossilizadas de patas de um pequeno animal de 570 milhões de anos, as mais antigas descobertas até hoje, informa um estudo divulgado neste domingo (05/10) nos Estados Unidos.
As pegadas fossilizadas, deixadas por um animal aquático sobre uma camada de sedimentos em Nevada, mostram que animais com patas caminhavam sobre o planeta pelo menos 30 milhões de anos antes do que se estimava, destaca Loren Babcock, professora de Biologia na Universidade de Ohio.
Babcock é a coordenadora do estudo apresentado na conferência da Geological Society of America, que acontece este fim de semana em Houston, Texas.
Os cientistas acreditavam que os organismos que viviam na terra durante o período Pré-Cambriano eram principalmente micróbios e simples animais multicelulares.
As pegadas são vistas como duas fileiras paralelas de pequenas marcas de dois milímetros de diâmetro cada um e datam de 570 milhões de anos, que corresponde ao período do Ediacariano (-630 milhões a -542 milhões de anos) que precede o Cambriano.
Este último período marcou a aparição e evolução da maioria dos principais grupos de animais.
"Continuamos vendo a possibilidade de que existiam animais mais complexos durante o período Ediacariano como corais brandos e vermes chatos, mas os indícios não são de todo convincentes", disse Babcock.
"No entanto, a descoberta de indícios como as pegadas de um animal com patas torna esta possibilidade muito mais provável", acrescentou.
A cientista se disse "razoavelmente segura" de que o fóssil é de uma espécie de centopéia ou um verme de patas cujo corpo devia medir um centímetro de largura. Um fóssil de tal animal seria uma prova irrefutável da existência, durante este período, de animais biologicamente complexos, destacou.
Badcock, que afirmou ter feito a descoberta por acaso, seguirá rastreando a região do oeste de Nevada.
Segundo ela, outros locais potencialmente propícios para a descoberta de fósseis de animais da era Ediacariana seriam a região do Mar Branco na Rússia, o sul da Austrália e a Namíbia, onde fósseis de organismos simples do mesmo período já foram encontrados.