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Vírus do papiloma humano, a origem do câncer de colo de útero

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postado em 06/10/2008 13:41
PARIS - O papilomavírus humano (HPV, nas siglas em inglês) identificado pelo prêmio Nobel de Medicina, o alemão Harald zur Hausen, pode causar cânceres cervicais, ou de colo do útero, que afetam 500 mil mulheres por ano, 80% delas nos países em desenvolvimento. A infecção genital por HPV é uma doença sexualmente transmissível e a sigla engloba um grupo de vírus que inclui mais de 100 variedades diferentes. Os vírus do tipo 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45 e 51 são chamados "oncogênicos" porque podem dar lugar a cânceres; 80% dos cânceres se devem aos tipos 16, 18, 31 e 45. Os tipos 16 e 18 são os encontrados com maior freqüência, sem distinção de zonas geográficas. Mais de 30 desses vírus transmitidos sexualmente podem infectar a área genital de homens e mulheres incluindo a pele do pênis, vulva (área de exterior da vagina) ou ânus, e o revestimento da vagina, cérvix ou reto. A maioria das pessoas infectadas com HPV não apresenta sintomas e são curadas por si mesmas. Alguns desses vírus são do tipo de "alto-risco" e podem ocasionar câncer no cérvix, vulva, vagina, ânus ou pênis. Outros são chamados de "baixo risco" e podem causar verrugas nos genitais. Mais de 250 mil mulheres morrem anualmente de câncer cervical, em maioria nos países em desenvolvimento. Segundo as estimativas, 70% das pessoas sexualmente ativas estão expostas a esses vírus em algum momento de suas vidas, geralmente na adolescência ou o começo de sua vida sexualmente adulta. Desde 2006 as adolescentes podem ser vacinadas (antes que comecem sua vida sexual ativa) contra as infecções de HPV. Atualmente são comercializadas duas vacinas: a Gardasil protege contra as infecções causadas por quatro tipos de papilomavírus (6, 11, 16 e 18) e Cervarix contra os dois mais perigosos, o 16 e o 18. No entanto, essas vacinas não protegem contra todos os tipos de papilomavírus que podem originar lesões cancerígenas ou contra infecções previamente existentes. Uma série de controles e testes específicos regulares permitem detectar a presença de células anormais e lesões pré-cancerosas ou cancerígenas no colo de útero feminino, tanto entre as mulheres vacinadas ou não.

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