postado em 06/10/2008 16:45
Gaza - Os deputados do movimento radical islâmico Hamas anunciaram nesta segunda-feira, após uma reunião em Gaza, que deixarão de reconhecer Mahmud Abbas como presidente da Autoridade Palestina depois de 8 de janeiro por considerarem que nessa data seu mandato expira.
A data limite do mandato de Abbas é alvo de polêmica entre seu partido, o movimento Fatah, e o Hamas, que tomou o controle da Faixa de Gaza à força em junho de 2007. O Hamas se baseia na lei fundamental, a Constituição da Autoridade Palestina, que fixa o mandato presidencial em quatro anos. Abbas foi eleito no dia 8 de janeiro de 2005.
Já o Fatah se baseia na lei eleitoral, que estipula que as eleições presidenciais e legislativas devem ser realizadas ao mesmo tempo, algo que prolongaria o mandato de Abbas em um ano, já que o atual Parlamento dominado pelo Hamas foi eleito em janeiro de 2006, por quatro anos.
"O mandato do presidente Abbas termina em 8 de janeiro e, por isso, não poderá permanecer em seu cargo um só minuto a mais depois dessa data", declarou à AFP Ahmad Bahar, vice-presidente do Parlamento, ao final da reunião em Gaza. Abbas "deve encarregar a comissão eleitoral central da preparação de uma nova eleição presidencial, que deverá ser realizada no dia 9 de janeiro", acrescentou.
O Hamas considera que Bahar deve ser o substituto temporário de Abbas até a eleição de seu sucessor, pois o atual presidente do Parlamento, Aziz Doweik, que deveria ser o encarregado dessa substituição, está preso em Israel. Abbas, que sucedeu Yasser Arafat, considera que a forma de pôr fim à crise com o Hamas é realizar simultaneamente as eleições presidencial e legislativas em uma data fixada em comum acordo por ambas as partes. Dos 120 deputados do Parlamento palestino, 74 são do Hamas. Mais de 30 deles estão presos em Israel.