postado em 07/10/2008 12:05
WASHINGTON - Os candidatos à presidência americana voltam a se encontrar cara a cara no segundo debate televisivo que acontece na noite desta terça-feira (07/10), num momento em que o democrata Barack Obama apresenta uma vantagem significativa sobre o republicano John McCain nas pesquisas de intenção de voto.
Obama aparece com 8 pontos de vantagem em relação ao adversário republicano (50% contra 42%) de acordo com a análise diária do Gallup, no 10º dia consecutivo em que o democrata conta com uma "vantagem importante por um período tão longo", acrescentou a nota do instituto.
Outras instituições que publicam sondagem diárias mostravam resultados similares aos do Gallup. No Rasmussen, Obama tem oito pontos de vantagem (52% a 44%); Diego/Hotline, seis pontos (47% a 41%); e no GW/Battleground, sete pontos de diferença para o democrata (50% a 43%).
Além disso, Obama também ganha terreno em quatro disputados estados do país, segundo pesquisa CNN/Opinion Research Corporation divulgada nesta terça-feira. Em Wisconsin (norte), a vantagem de Obama cresceu de três para cinco pontos percentuais desde meados de setembro, de acordo com a pesquisa.
Em New Hampshire (leste), a vantagem de seis pontos em setembro subiu para oito, enquanto que no estado tradicionalmente republicano da Carolina do Norte, os dois candidatados empatam em 49%. No estado-chave de Ohio (leste), Obama mantém uma distância de três pontos sobre McCain, um a mais que em meados de setembro.
A margem de erro da pesquisa, realizada de 3 a 6 de outubro, é de 3,5 pontos em Wisconsin, New Hampshire e Ohio, e de quatro pontos na Carolina do Norte. Uma pesquisa do Washington Post-ABC em Ohio, também difundida nesta terça-feira, dá ao democrata uma vantagem de seis pontos nesse estado. A pesquisa foi feita de 3 a 5 de outubro, com 1.000 eleitores, e tem uma margem de erro de 3,5 pontos.
Os estados da Flórida e Ohio são fundamentais para os candidatos. Em 2004, a estreita vitória de George W. Bush em Ohio garantiu sua reeleição e, em 2000, foi a Flórida que decidiu quem seria o presidente. Menos de um mês antes das eleições presidenciais, os dois candidatos responderão perguntas de espectadores presentes e inclusive, pela primeira vez, dos internautas.
O debate, que terá duração de 90 minutos, começará às 21h de Washington (22h de Brasília) e será exibido pela maioria das redes de televisão. O último debate acontecerá em 15 de outubro na Universidade Hofstra, em Hempstead (Nova York), 20 dias antes das eleições de 4 de novembro.
O candidato republicano John McCain está particularmente cômodo com relação a debates. Ele gosta desse tipo de encontro, durante o qual percorre, com o microfone na mão, um pequeno cenário cercado pelo público, intercalando brincadeiras em seu discurso.
No entanto, McCain perdeu terreno nas pesquisas, entre outros motivos por sua dificuldade em apresentar uma resposta às preocupações econômicas. Ele pode, então, adotar um tom mais duro, seguindo a estratégia de sua candidata a vice, Sarah Palin, que no sábado acusou Obama de "ser amigo de terroristas".
O candidato democrata geralmente se sente bem em público, mas seu profundo conhecimento dos temas o torna em alguns momentos um orador bastante complicado para o espectador médio. Ele deverá, portanto, evitar um discurso muito tecnocrático.
"Obama precisa apenas seguir se mostrando como alguém absolutamente capaz de assumir a presidência e concentrar sua campanha sobre a economia em dificuldade. McCain deve mostrar Obama como um risco inaceitável. Obama está muito mais confortável que o segundo", explica à AFP Thomas Mann, especialista em política americana na Brookings Institution.
Seu colega, Stephen Hess, acrescenta: "Um novo debate oferece poucas oportunidades a John McCain de mudar os fundamentos destas eleições, dadas as preocupações econômicas profundas dos eleitores".
O tom da campanha americana se endureceu neste fim de semana, quando os republicanos não hesitaram em acusar o democrata Barack Obama de ter ligações com terroristas, uma estratégia que pode dar certo junto aos eleitores do país, preocupados no momento com a crise financeira, mas sempre atentos à questão de segurança nacional.