postado em 08/10/2008 11:31
NOVA YORK - O japonês Osamu Shimomura, 80 anos e um dos três ganhadores do Prêmio Nobel de Química 2008, estuda há meio século as proteínas fluorescentes, um dos instrumentos mais importantes utilizados pela bioquímica moderna.
Ele trabalhou na Universidade de Princeton (Nova Jersey) de 1965 a 1982, antes de virar professor emérito do Laboratório de Biologia Marinha (MBL) de Woods Hole (Massachusetts), e depois da Universidade de Medicina de Boston (Massachusetts).
Nascido em 27 de agosto de 1928 em Kyoto (Japão), Osamu Shimomura cursou Farmácia em Nagasaki e, a partir de 1951, foi assistente nesse departamento por quatro anos. Em 1955 o jovem cientista voltou-se para a química orgânica.
A partir de 1960 foi o primeiro cientista a observar a 'Aequorea victoria', uma água-viva luminescente que vive no Pacífico Norte e a base de um trabalho que se tornou a obra de sua vida e lhe valeu o Nobel.
A descoberta e o desenvolvimento da chamada Proteína Verde Fluorescente (GFP), observada nas águas-vivas a partir de 1962, foram essenciais para o desenvolvimento da bioquímica, segundo o júri do Comitê Nobel.
"Com a ajuda da la GFP, os cientistas desenvolveram meios para observar processos que antes eram invisíveis, como o desenvolvimento das células nervosas no cérebro e o das células cancerígenas", acrescenta o comunicado.
Os americanos Roger Tsien e Martin Chalfie, que dividiram o prêmio com Shimomura, são os continuares de seu trabalho.
Chalfie, nascido em 1947 e professor de Biologia da Universidade de Columbia, Nova York, concebeu, no final dos anos 80, as aplicações que poderiam ter esta proteína milagrosa para a biomedicina.
Conseguiu, em especial, identificar o gene que controla a GFP, o que facilitou sua utilização em laboratórios, em especial na pesquisa do verme C. elegans.
A fluoresência da GPF tornou possível localizar proteínas em células e rastear seus deslocamentos.
Roger Tsien, nascido em 1952 e professor desde 1989 da Universidade da Califórnia, ampliou ainda mais os alcances dessa descoberta ao conseguir cores ainda mais intensas.
Agora os pesquisadores podem, graças à GFP, seguir a evolução das células, por exemplo, os danos causados pelo Mal de Alzheimer.
Em uma experiência espetacular, pesquisadores diferenciaram células nervosas do cérebro de um camundongo com um caleidoscópio de cores.