postado em 09/10/2008 15:04
WASHINGTON - Em busca de uma estratégia vencedora a 26 dias da eleição presidencial, o candidato republicano à Casa Branca John McCain lançou uma operação para seduzir o eleitorado feminino cuja escolha se mostrou determinante nas últimas eleições. Mas a vantagem de Barack Obama é tão grande nas pesquisas que essa tentativa parece tardia.
Uma sondagem Wall Street Journal/NBC News, divulgada esta semana, indica que 51% das mulheres afirmam querer votar no democrata, contra 41% que preferem o senador pelo Arizona.
Em campanha nos estados-chave da Pensilvânia (leste) e de Ohio (norte), McCain insistiu nos pontos de seu programa que podem sensibilizar as mulheres: seguro de saúde e acesso à propriedade. Estudos recentes indicaram que esses dois temas são considerados os mais importantes para a escolha de um candidato entre as mulheres.
"O sonho de possuir uma casa não deve desaparecer sob os pés do reembolso de empréstimos imobiliários ruins", disse McCain se referindo ao seu projeto de resgatar os empréstimos duvidosos de particulares (os famosos "subprime"), para tentar pôr fim aos despejos.
Os membros da equipe de campanha de McCain destacaram que o plano proposto na terça-feira pelo candidato republicano era parecido com uma proposta feita durante as primárias democratas por... Hillary Clinton.
Essa associação não foi feita por acaso. Desde a saída de Hillary da disputa, o campo republicano tenta capitalizar o rancor de uma parte das eleitoras decepcionadas com a eliminação da senadora por Nova York.
McCain escolheu Sarah Palin como companheira de chapa, e esta poderá se tornar a primeira vice-presidente dos Estados Unidos.
Mas sua nomeação suscitou interrogações em meio ao eleitorado feminino, já que todas as pesquisas mostram que o efeito Palin é quase nulo entre as eleitoras. Palin é mais popular entre os homens do que entre as mulheres.
Os estudos indicam que a maioria das mulheres que apoiavam Hillary é favorável ao direito ao aborto e à criação de um seguro de saúde universal, dois temas combatidos por Palin.
As eleitoras "podem até se interessar pela escolha de uma mulher, mas elas votam em função de programas", ressalta Celinda Lake, especialista em assuntos eleitorais.