postado em 24/10/2008 08:55
A rainha Rania roubou a cena na breve estada em Brasília de Abdullah II, monarca da Jordânia e um dos governantes mais influentes do mundo árabe. A programação oficial da inédita visita de um chefe de Estado do reino hachemita ao Brasil teve como centro a assinatura de um conjunto de acordos de cooperação nos campos econômico e comercial, cultural, educacional e de turismo, entre outros. Mas da recepção oficial no Palácio do Planalto até a visita ao Congresso, passando pelo almoço oferecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Itamaraty, foi a beleza da rainha que dominou os comentários ; inclusive os que foram feitos ao próprio rei, de 46 anos.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), foi o primeiro a exaltar ;a beleza das mulheres jordanianas;, seguido pelo conterrâneo José Agripino Maia, líder do Democratas na Câmara, que usou como exemplo uma nora nascida no reino. ;Não tenho nora jordaniana, mas tenho dois filhos que podem se habilitar;, emendou Garibaldi. Constrangido, Abdullah agradeceu os elogios e esclareceu que sua preocupação é com o casamento dos dois filhos. Mais contido, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, preferiu não responder aos jornalistas quando perguntaram sobre Rania.
A rainha, 38 anos, é palestina por origem, como metade dos cidadãos da Jordânia, mas nasceu e recebeu a educação básica no Kuweit, em escolas de língua inglesa ; idioma que fala com fluência e elegância. Formou-se em administração na Universidade Americana do Cairo, em 1991, e trabalhou em empresas norte-americanas (Citibank e Apple) na capital egípcia. Em janeiro de 1993, em uma festa em Amã, conheceu Abdullah, então príncipe herdeiro, com quem se casou seis meses depois. Eles têm dois filhos e duas filhas.
Cooperação
No discurso em homenagem ao visitante, no Itamaraty, Lula exaltou ;a liderança que exerce nas principais iniciativas de pacificação no Oriente Médio;. O presidente observou, porém, que ;não escondemos nossa preocupação com a falta de avanços concretos nas negociações e a contínua deterioração das condições de vida nos territórios palestinos ocupados;. Depois, lembrou que seu governo vem estreitando os laços com o mundo árabe, e citou como exemplo a 1ª Cúpula América do Sul-Países Árabes, celebrada em Brasília em 2005. ;Queremos a Jordânia como interlocutor privilegiado na aproximação que o Brasil busca com parceiros do Oriente Médio.;
Abdullah viaja acompanhado de uma comitiva empresarial, que hoje participará de um foro econômico e comercial em São Paulo, para onde o monarca seguiu à tarde, depois da visita ao Congresso. O casal real visitará também projetos educacionais e sociais na capital paulista e seguirá para Porto Alegre (RS), onde estão previstos encontros com a comunidade de origem palestina.