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Ásia e Europa traçam propostas para enfrentar crise financeira

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postado em 26/10/2008 09:30
Os representantes europeus e asiáticos alinhavaram um consenso amplo para fazer frente à turbulência financeira e vão apresentar essas avaliações durante um encontro sobre a crise em Washington, no próximo mês. Em entrevista concedida ao fim do Encontro Ásia-Europa, que durou dois dias, em Pequim, os líderes defenderam novas regras para direcionar a economia global e enalteceram o papel de liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar os países afetados. O comunicado, divulgado na sexta-feira, exorta o FMI e instituições semelhantes a ajudarem na estabilização de bancos em dificuldades e na proteção dos preços decrescentes das ações. Os participantes também se responsabilizaram ;por uma reforma efetiva e ampla dos sistemas financeiro e monetário internacional;. As respostas para a crise entre os participantes do encontro variaram até agora. Os 15 países da zona do euro e o Reino Unido reagiram de forma dramática, concordando em colocar um total de US$ 2,3 trilhões em garantias e ajuda emergencial para os bancos. Contrastando com essas posições, a Coréia do Sul, China, Japão e os 10 países da Associação do Sudeste Asiático apenas se comprometeram novamente com um fundo emergencial de US$ 80 bilhões para ajudar grupos que enfrentam problemas de liquidez. O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, defendeu medidas para a redução do impacto da turbulência sobre os empregos, o crescimento e o comércio. ;Precisamos utilizar todos os meio para prevenir impactos sobre a economia real;, declarou. Ele afirmou que o impacto direto da crise na China foi relativamente leve, mas o esfriamento da demanda por exportações ;deve, inevitavelmente, ter efeito sobre nossa economia;. Por último, disse que a China buscará fazer a sua parte, mantendo um crescimento relativamente acelerado e rápido. Embora a expansão chinesa tenha se desacelerado para 9% no terceiro trimestre ; de 11,9% em todo o ano de 2007 ;, o país continua crescendo no ritmo mais acelerado entre as maiores economias. Preservar a estabilidade O presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou que o encontro em Pequim ampliou as expectativas de que a reunião de líderes em Washington culminará em resultados sólidos. ;Todos nós concordamos que não será possível, simplesmente, apenas nos encontrarmos para debater o assunto. Precisamos transformá-lo em um fórum de decisões;, disse Sarkozy. A chanceler alemã, Angela Merkel, exortou o FMI a ser ;um guardião da estabilidade do sistema financeiro internacional;, assumindo um papel de supervisão. Ela também propôs uma integração gradual do Fundo ao Fórum de Estabilidade Financeira, que tem o objetivo de estimular o sistema financeiro internacional, fundado em 1999 pelo G-7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão, as sete maiores economia globais). O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse ontem em seu programa semanal de rádio que um acordo sobre princípios de reforma regulatória é essencial para evitar um novo desastre econômico. Ele procurou assegurar aos norte-americanos que as ações do governo para amenizar a crise estão começando a dar resultados, mas que o impacto total delas na economia levará algum tempo. Entre as medidas, o governo estendeu suas garantias à nova dívida emitida por bancos assegurados, e o Federal Reserve (Fed, banco central americano) começou a adquirir letras de câmbio comerciais que são, disse, ;uma fonte-chave de financiamento de curto prazo para as empresas e instituições financeiras;.

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