postado em 28/10/2008 13:20
DAMASCO - O conselho de ministros da Síria decidiu nesta terça-feira (28/10) fechar um centro cultural e um estabelecimento educativo americanos em Damasco depois do ataque lançado no domingo pelo exército dos Estados Unidos contra um povoado sírio na fronteira com o Iraque, informou a agência oficial Sana.
O conselho de ministros, reunidos na presença do primeiro-ministro Mohammad Naji Otri, pediu aos ministros da Educação e Cultura que tomem as medidas necessárias para a aplicação da decisão. Durante a reunião, os ministros denunciaram o "crime bárbaro que representa o terrorismo de Estado praticado pela administração americana, que violou a carta da ONU e a lei internacional", acrescenta a Sana.
O conselho também pediu o adiamento da reunião da alta comissão sírio-iraquiana que deveria acontecer nos dias 12 e 13 de novembro. Vários soldados americanos transportados por helicópteros atacaram no domingo um prédio de uma aldeia síria na fronteira com o Iraque, matando oito civis.
Segundo a TV estatal e a agência Sana, "quatro helicópteros americanos violaram o espaço aéreo sírio às 16h45 local (11h45 Brasília) de domingo", entrando por 8 km no território da Síria.
Segundo as fontes, o soldados americanos desceram dos helicópteros e atacaram um prédio civil em construção e mataram oito operários na aldeia de Al-Sukkariya, na região de Abu Kamal. Os helicópteros partiram em seguida do território sírio em direção ao território iraquiano.
Após a ação, as autoridades sírias convocaram os representantes americanos em Damasco para protestar e pediram a Bagdá que impeça o uso de seu território para "agressões contra a Síria".
As relações entre Damasco e Washington são tensas e o governo do presidente americano, George W. Bush, acusa a Síria de ser a porta de entrada para "terroristas na província de Diyala, a nordeste de Bagdá, conhecida por ser um foco da rede terrorista Al-Qaeda e de grupos rebeldes.
Desde a invasão do Iraque, em 2003, o Exército americano tem enfrentado combatentes estrangeiros em várias operações, principalmente árabes, que entram no país pela região de Al-Qaem, na fronteira síria.