postado em 28/10/2008 20:39
O governo iraquiano condenou nesta terça-feira (28/10) o ataque americano contra um vilarejo da Síria no domingo, dizendo que não pode permitir que o Iraque seja usado para ofensivas em países vizinhos.
Falando depois de uma reunião do ministério iraquiano, o porta-voz do governo Ali Al Dabbagh pediu que as forças americanas que estão no Iraque "não repitam tais atividades" e disse que Bagdá lançou uma investigação sobre o ataque.
"O governo iraquiano rejeita o ataque de helicópteros dos Estados Unidos no território sírio, considerando que a Constituição do Iraque não permite que sua terra seja usada como base para lançar ataques em países vizinhos."
O porta-voz, entretanto, pediu ao governo sírio que combata grupos que usam o território da Síria para treinamento e para "mandar terroristas para ataques contra o Iraque e seu povo".
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A Casa Branca até agora não confirmou nem desmentiu oficialmente o ataque que matou oito pessoas na região do vilarejo de Abu Kamal, na fronteira síria com o Iraque.
Entretanto, fontes militares americanas disseram nesta terça-feira que o ataque matou um homem que traficava armas para o Iraque.
Se confirmado, o ataque pode ser o primeiro realizado pelos Estados Unidos dentro do território da Síria.
Segundo o correspondente da BBC em Bagdá Jim Muir, a operação na Síria dificilmente poderia ter ocorrido num momento mais delicado, já que o governo iraquiano estava discutindo emendas a um novo pacto de segurança com os Estados Unidos.
O pacto deve definir a situação das tropas americanas no país depois que expirar o mandato das Nações Unidas para a permanência dos soldados, no final deste ano.
O pacto provocou divisões dentro do governo iraquiano por meses e, nesta segunda-feira, o gabinete de governo autorizou o primeiro-ministro, Nouri al Maliki, a discutir com os Estados Unidos possíveis mudanças no acordo.
O governo do Iraque não revelou detalhes dessas mudanças. O novo pacto deve vigorar até 2011.
Escola e centro cultural
O governo americano há muito tempo acusa a Síria de abrigar em seu território extremistas que realizam ataques no Iraque --uma acusação que as autoridades de Damasco sempre negaram.
Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem, já havia condenado duramente o ataque, dizendo que o país havia sido alvo de uma agressão "terrorista" dos americanos.
Nesta terça-feira, as autoridades do país determinaram o fechamento de uma escola americana e de um centro cultural dos Estados Unidos em Damasco.