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Polêmica reforma educacional é aprovada na Itália em clima de tensão

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postado em 29/10/2008 19:18
Uma polêmica reforma da educação na Itália foi definitivamente aprovada nesta quarta-feira (29/10) em meio a protestos e manifestações, enquanto que opositores ao governo de Silvio Berlusconi preparam uma greve geral para esta quinta-feira em todas as escolas do país. O decreto governamental sobre a reforma, que já havia passado pelos deputados, tornou-se lei na votação dos senadores por 162 votos a 134 e 3 abstenções. Do lado de fora do Senado, cerca de 5.000 estudantes cercados por um forte aparato policial denunciavam "a destruição da escola pública" e pediram a saída da ministra da Educação Mariastella Gelmini. "Lamento que alguns jovens sejam manipulados pela esquerda", declarou Berlusconi pouco depois da votação. A oposição, assim como os manifestantes que multiplicaram os protestos nos últimos dias, pediu mais uma vez nesta quarta-feira a retirada pura e simples do texto, que prevê principalmente o retorno do professor único no primário, ou seja, a utilização de apenas um professor para cada classe até a 5ª série. "A reforma tem o apoio da maior parte dos italianos. Voltamos à escola da seriedade e do mérito", afirmou a ministra da Educação. O retorno ao professor único no primário está previsto para o início de 2009 em lugar do sistema atual (três professores para duas turmas, dividindo as matérias ministradas). O ensino também será reduzido para 24 horas por semana contra 29-31 horas atualmente, o que leva os opositores a temerem uma queda da qualidade e os pais a se preocuparem em como ocupar seus filhos. Os recursos do governo para o primário devem ser reduzidos em 7,8 bilhões de euros durante os próximos quatro anos. O texto adotado nesta quarta-feira é relativo apenas ao primário, mas os estudantes secundaristas e os professores se juntaram à mobilização para protestar contra os grandes cortes orçamentários que atingem os ensinos secundário e superior votados em agosto. As diminuições de crédito atingirão 1,5 bilhão de euros no ensino superior durante os próximos cinco anos, ameaçando também as pesquisas, segundo o sindicato do magistério.

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