postado em 31/10/2008 08:04
SAN SALVADOR - Os líderes ibero-americanos aprovaram nesta quinta-feira uma declaração sobre a conjuntura econômica internacional, na qual defendem a convocação de uma reunião de chefes de Estado e de Governo nas Nações Unidas.
A declaração prevê a realização de consultas "para se avaliar a oportunidade de uma reunião de emergência entre os chefes de Estado e de Governo, nas Nações Unidas, diante da gravidade da crise financeira" mundial. Os líderes destacam que "não se deve subestimar os potenciais efeitos da crise sobre a economia real, e nem sobre a estabilidade política e social da região".
O grupo também "reafirma seu compromisso de adotar as medidas necessárias para proteger empregos e investimentos, garantir a disponibilidade de financiamento para as atividades produtivas e impulsionar políticas sociais que beneficiem, em particular, os setores mais vulneráveis".
Também recordaram a "responsabilidade" do sistema financeiro dos países desenvolvidos na atual crise e concordaram na importância de que a comunidade ibero-americana "participe ativamente na determinação da resposta internacional" ao problema que afeta todo o planeta.
Os ibero-americanos estão "determinados a participar e a contribuir ativamente em um processo de transformação profunda e ampla da arquitetura financeira internacional" que contemple instrumentos de prevenção e resposta imediata a futuras crises e garanta uma regulação eficaz dos mercados internacionais.
Os líderes regionais destacaram ainda a importância da "participação universal, democrática e equitativa" no debate e na solução da atual crise financeira internacional.
Em seu discurso durante a Cúpula, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu um acordo global para se enfrentar uma crise que "adquiriu um caráter sistêmico e estrutural e que não poderá ser contida sem um esforço de coordenação internacional".
"Este esforço de coordenação será ineficaz e injusto se não levar em conta os países em desenvolvimento", destacou o presidente, que pediu uma "refundação dos mecanismos de governança mundial, com mais participação dos países em desenvolvimento".
Lula assistirá no dia 15, em Washington, a reunião dos líderes do Grupo dos 20; um clube que congrega o Grupo dos Oito países mais industrializados do mundo e vários emergentes; entre eles Brasil, Argentina e México.
O presidente afirmou que "é preciso repensar os organismos financeiros internacionais para lhes dar a indispensável capacidade regulatória".