postado em 31/10/2008 20:11
Brasil, México e Argentina levarão à conferência de Washington o desejo dos países ibero-americanos de participar da criação de uma nova arquitetura financeira internacional, como ficou decidido na Cúpula de San Salvador, concluída nesta sexta-feira (31/10).
O secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, explicou que pediu aos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Felipe Calderón e Cristina Kirchner que "proponham mudanças na estrutura do sistema financeiro e levem a posição da Íbero-américa" à reunião do G20, no próximo dia 15 de novembro.
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, assinalou que Lula, Calderón e Kirchner lhe entregaram documentos sobre como melhorar a liquidez dos bancos e das empresas.
"Devemos dar uma resposta juntos e unidos", disse nesta sexta-feira o presidente do governo espanhol, José Rodríguez Zapatero.
"É preciso fazer uma reforma profunda do modelo de sistema financeiro internacional, que inclua as instituições, mas também a normativa e a capacidade de coordenar a supervisão. Esta tarefa ambiciosa só poderá ser feita com um grande acordo multilateral e includente".
"A voz da comunidade ibero-americana, que representa 600 milhões de cidadãos, deve se fazer presente no contexto internacional de reformas do sistema financeiro", disse o líder espanhol durante a sessão plenária da Cúpula.
Lula, Calderón e Kirchner assistirão em Washington a reunião dos líderes do Grupo dos 20; um clube que congrega o Grupo dos Oito países mais industrializados do mundo e vários emergentes; entre eles Brasil, Argentina e México.
Na véspera, os líderes ibero-americanos aprovaram uma declaração sobre a conjuntura econômica internacional prevendo a realização de consultas "para se avaliar a oportunidade de uma reunião de emergência entre os chefes de Estado e de Governo, nas Nações Unidas".
Os dirigentes reafirmaram "seu compromisso de adotar as medidas necessárias para proteger empregos e investimentos, garantir a disponibilidade de financiamento para as atividades produtivas e impulsionar políticas sociais que beneficiem, em particular, os setores mais vulneráveis".
Também recordaram a "responsabilidade" do sistema financeiro dos países desenvolvidos na atual crise e concordaram na importância de que a comunidade ibero-americana "participe ativamente na determinação da resposta internacional" ao problema que afeta todo o planeta.
Os líderes regionais destacaram ainda a importância da "participação universal, democrática e equitativa" no debate e na solução da atual crise financeira internacional.