postado em 01/11/2008 08:59
A República Islâmica do Irã pretende ampliar o comércio bilateral com o Brasil de US$ 2 bilhões para US$ 10 bilhões. Além disso, os dois países vão concertar uma atuação conjunta nos fóruns mundiais. Esses serão os principais focos da visita que o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, faz ao país, segundo o embaixador iraniano no Brasil, Mohsen Shaterzadeh. A agenda de trabalho começa amanhã.
Amorim viaja acompanhado de uma comitiva de 40 empresários, inclusive representantes da Confederação Nacional da Indústria e das federações de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. As áreas de atuação prioritárias para a República Islâmica são petróleo, gás, petroquímica, ferrovias, habitação, rodovias, usinas, produtos farmacêuticos, maquinaria, equipamentos pesados, equipamentos hospitalares, aço, mineração, veículos leves e pesados, autopeças, pesca, pesquisa agrícola, produtos agrícolas e serviços.
;O Brasil, por sua importância no mundo, qualifica-se como interlocutor privilegiado na solução do problema da Palestina;, disse o diplomata. ;O mesmo deve ser dito do Irã. Também temos papel importante na Ásia Central e podemos colaborar no processo de paz no Afeganistão, Iraque e Líbano. A exemplo do Brasil, somos uma nação que preza os direitos humanos e combate a pobreza. Também somos contrários à existência de uma ordem unipolar regida pela arrogância norte-americana;, ressaltou.
Segundo Shaterzadeh, seu país deu início a um ambicioso programa para construir a infra-estrutura, que envolve investimentos de US$ 3,9 trilhões no prazo de 20 anos. A visita de Amorim, a primeira de um chanceler brasileiro desde 1991, serve como preparação para visitas presidenciais futuras de Luiz Inácio Lula da Silva e Mahmud Ahmadinejad.
Em Teerã, Amorim deverá encontrar-se com Ahmadinejad, com o chanceler Manouchehr Mottaki, o presidente da Assembléia dos Sábios e ex-presidente da República, Akhbar Rafsanjani, o presidente do Parlamento, Ali Larijani, e o secretário-geral do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Said Jalili. Acompanhado de seu homólogo iraniano, o ministro Celso Amorim participará, também, da abertura do encontro empresarial Brasil-Irã.
As relações bilaterais datam de 1903 e contam com amplo potencial de adensamento. O país é o maior mercado brasileiro no Oriente Médio, e absorveu, no ano passado, 28,7 % de nossas exportações para a região. Entre 2002 e 2007, o intercâmbio comercial entre os dois países cresceu quase quatro vezes.