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Diálogo é o caminho para resolver questão nuclear do Irã, diz Celso Amorim

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postado em 02/11/2008 15:27
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, encerrou hoje (2) visita a Teerã, onde participou da abertura do encontro empresarial Brasil-Irã . Foi a primeira visita de um chanceler brasileiro àquele país, desde 1991, e teve o objetivo de ampliar o comércio entre os dois mercados. O Irã é o maior importador brasileiro do Oriente Médio, absorvendo no ano passado, segundo o Itamaraty, 28,7% das exportações nacionais para a região. No encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Manouchehr Mottaki, o chanceler brasileiro destacou a atual situação da economia brasileira e a distribuição de renda existente no país, informou a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores (MRE). "Aos governos cabem criar as nuvens. Mas quem faz chover são os empresários", disse Celso Amorim. Na capital iraniana, o ministro brasileiro também comentou as questões nucleares que envolvem o Irã. Celso Amorim enfatizou que o assunto deve ser resolvido pelo diálogo. "O Brasil reconhece que todos os países têm o direito de desenvolver programas nucleares para bens pacíficos", acrescentou. Ele destacou ainda o papel da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA) para solucionar as divergências entre o Irã e os países que criticam o governo daquele país e sua política energética. O Brasil se colocou à disposição para a busca de soluções para as negociações. Celso Amorim foi recebido ontem (1º), em audiência, pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, a quem entregou carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com proposta de visitas de alto nível entre os dois governos. Eles conversaram sobre a atual crise financeira global e concluíram que também existe crise de governança. Neste sentido, o chanceler brasileiro destacou a importância dos países se entenderem e "procurarem influenciar o redesenho da ordem internacional". A visita de Amorim se insere na estratégia do governo brasileiro de reforçar contatos, estimular a diversificação dos laços comerciais e manter o diálogo entre os países em desenvolvimento.

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