postado em 03/11/2008 17:35
Agentes humanitários estrangeiros encontraram os corpos de 60 pessoas em praias do sul do Iêmen e acredita-se que elas tenham morrido durante travessia ilegal a partir da África, informou nesta segunda-feira (03/11) o grupo humanitário Médicos Sem Fronteira (MSF). Os agentes humanitários encontraram os corpos entre 31 de outubro e 2 de novembro, informou a entidade.
Os imigrantes mortos são as mais recentes vítimas entre milhares de africanos que se arriscam todos os anos na perigosa travessia do Golfo de Áden, onde também há intensa atividade de piratas. "Muita atenção tem sido dada recentemente à questão da pirataria nas águas do Chifre da África", disse Francis Coteur, chefe do MSF no Iêmen, por meio de declaração divulgada hoje. "Infelizmente, pouca atenção é dada ao drama dos refugiados que cruzam as mesmas águas em condições terríveis.
Agentes humanitários conversaram com imigrantes de dois diferentes grupos que conseguiram sobreviver à travessia. Eles relataram que diversas pessoas morreram durante o trajeto e os corpos delas mais tarde apareceram na praia, dizia a nota do MSF. Num dos casos, depois de dois dias de viagem saindo da cidade somali de Bosasso, traficantes obrigaram um grupo de mais de 30 pessoas a pular no mar porque havia "luzes suspeitas" na praia. O segundo grupo, composto por 23 pessoas, morreu num naufrágio. Esse grupo era composto por somalis e etíopes, mas não se sabe de onde eles saíram
A precária situação econômica e a violência no Chifre da África têm levado hordas de imigrantes a cruzar o Golfo de Áden em direção ao Iêmen. Calcula-se que 32.000 pessoas tenham tentado a travessia este ano, das quais mais de 1.400 morreram