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China e Taiwan estreitam laços econômicos, sem falar em soberania

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postado em 04/11/2008 09:26
TAIPÉ - Taiwan e China assinaram nesta terça-feira (04/11) uma série de acordos para estreitar seus laços econômicos após 60 anos de inimizade que quase terminaram em guerra, mas evitaram falar no delicado tema da soberania. Estes acordos, assinados ao término de uma série de encontros entre as autoridades chinesas e taiwanesas, representam potencialmente bilhões de dólares e marcam uma significativa melhora nas relações entre os dois vizinhos rivais. O chefe dos negociadores chineses, Chen Yunlin, e seu colega Chiang Pin-kung se reuniram no Grand Hotel de Taipé para falar especialmente de transportes e segurança alimentar. A viagem de Chen Yunlin, principal negociador chinês encarregado das relações com Taiwan, que começou na segunda-feira, é a primeira de uma autoridade chinesa de tão alto nível desde o final da guerra entre comunistas e nacionalistas chineses há quase 60 anos. As duas partes concordaram em estabelecer relações marítimas diretas de mercadorias e serviços postais, aumentar e facilitar os vôos de passageiros e discutir sobre a segurança alimentar após vários escândalos relacionados a produtos chineses contaminados. O turismo e a política restritiva de vistos praticada por Pequim também foram temas da agenda de discussões. Altamente simbólica, esta retomada do diálogo dará maior acesso aos turistas chineses na ilha, graças ao aumento dos vôos diretos, para 108 viagens por semana, com 21 destinos adicionais na China. Chen e Chiang também falaram sobre questões ligadas à crise financeira mundial atual e concordaram em se reunir novamente no primeiro semestre do ano que vem em Pequim. A viagem de Chen foi marcada por medidas reforçadas de segurança, com a mobilização de 7.000 policiais, porque os partidários da independência de Taiwan convocaram manifestações contra sua visita. A China é o maior importador de produtos taiwaneses: no primeiro semestre deste ano, recebeu 28% das exportações taiwanesas, em alta de 27,4% desde o final de 2007. Separada de fato da China desde 1949, a ilha de Taiwan é considerada por Pequim uma de suas províncias.

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