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Obama cresce com projeto de mudanças nos EUA

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postado em 04/11/2008 10:30
Nascido em Honolulu, Havaí, em 4 de agosto de 1961, Barack Hussein Obama Junior é o primeiro político americano de ascendência africana com chances reais de chegar à Casa Branca. Obama vem capitalizando as intenções de votos dos americanos ávidos por mudanças depois de oito anos do governo George W. Bush, que termina seu mandato muito criticado. Os pais de Obama, o economista queniano Barack Obama e a antropóloga americana Ann Dunham, conheceram-se enquanto estudavam na Universidade do Havaí. O casal separou-se quando o filho tinha apenas dois anos de idade. O pai de Obama retornou então ao Quênia e voltou a ver o filho apenas uma vez antes de morrer em um acidente automobilístico em 1982. Depois do divórcio, Ann Dunham casou-se com o indonésio Lolo Soetoro. Em 1967, a família foi morar em Jacarta. Obama permaneceu na Indonésia até os dez anos de idade, quando voltou para o Havaí para morar com os avós maternos e onde ficou até concluir o ensino secundário. Obama passou dois anos estudando em Los Angeles antes de ingressar na Universidade de Columbia, em Nova York. Depois de graduar-se em ciências políticas com especialização em relações internacionais pela Universidade de Columbia e em direito pela Universidade de Harvard, Obama atuou como líder comunitário em Chicago e como advogado especializado em direitos civis antes de entrar para a política. Dono de uma oratória e de um carisma invejáveis, Obama teve ascensão meteórica na política americana, podendo chegar à presidência dos Estados Unidos pouco mais de dez anos depois de ter assumido pela primeira vez um cargo eletivo. Oposição à guerra Em 1996, um ano depois da morte da mãe, Obama elegeu-se senador estadual em Illinois. Oito anos mais tarde, chegou ao Senado americano, representando o Estado que lhe serve de domicílio eleitoral depois de obter 70% dos votos válidos. Alçando-se ao cenário político nacional em um momento no qual os Estados Unidos encontravam-se afundados em guerras no Iraque e no Afeganistão e começavam a acusar os golpes da política fiscal do governo Bush, Obama chamou a atenção do público e da mídia, tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos, por destoar do discurso beligerante em voga em Washington. Com o conflito no Iraque tornando-se cada vez mais impopular, Obama catalisou a insatisfação do americano médio com a guerra - e com a vantagem de não ter sido obrigado a votar contra ou a favor da guerra, pois ainda não era senador federal quando o Congresso americano aprovou a invasão do país árabe. No início deste ano, o senador entrou na disputa pela candidatura do Partido Democrata como azarão, mas logo causou surpresa ao despontar como o único capaz de fazer frente à ex-primeira-dama e senadora por Nova York Hillary Clinton. Na primária mais acirrada de que se tem notícia nos Estados Unidos, a disputa entre Obama e Hillary seguiu parelha praticamente até o fim. Encerradas as primárias e os caucuses estaduais, nenhum dos dois pré-candidatos havia conquistado o número mínimo necessário de delegados para assegurar a candidatura. Ainda assim, Obama possuía uma vantagem considerável sobre Hillary, o que alimentou a pressão para que a ex-primeira-dama, que entrou na corrida como favorita, abrisse mão da disputa em favor do rival. Calúnias No decorrer de sua ascensão, no entanto, Barack Obama não ficou imune às baixarias inerentes ao mundo da política. Ainda durante as primárias democratas, Obama viu-se obrigado a lançar um site na internet para fazer frente às calúnias levantadas contra ele em diversas frentes. As polêmicas envolvendo Obama abrangem mais sua vida pessoal do que a carreira política. Já adulto, ele admitiu ter experimentado drogas na adolescência. Apesar de ele ser assumidamente evangélico, adversários chegaram a espalhar boatos de que ele seria muçulmano. Quando despontou como presidenciável, seus adversários passaram a tentar vinculá-lo a posições e a personagens considerados radicais. Primeiro, Obama viu-se obrigado a romper com o pastor Jeremiah Wright, cujos sermões foram transformados em armas políticas contra sua candidatura. Depois, os adversários de Obama tentaram vinculá-lo a Bill Ayers, fundador do Weather Underground, um grupo que promoveu uma violenta campanha dentro dos EUA contra a Guerra do Vietnã. Obama e Ayers atuaram na mesma instituição de caridade em Chicago e moram perto um do outro. No entanto, Obama ainda era uma criança e morava na Indonésia na época dos atentados do Wheather Underground.

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