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Em primeira entrevista, Obama pede urgência na ampliação do auxílio- desemprego

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postado em 08/11/2008 09:00
A primeira entrevista do presidente eleito Barack Obama foi dominada por temas econômicos. Em menos de 20 minutos de exposição, ele procurou não fazer declarações polêmicas e se ateve, em grande parte, a repetir as propostas de campanha. Com o apoio de toda a equipe econômica para a transição, estrategicamente posicionada atrás dele durante a coletiva de imprensa, Obama reafirmou que pretende expandir os benefícios do seguro desemprego e criar um pacote de auxílio à indústria de automóveis. Destacou que a tarefa de tirar o país do ;buraco; será difícil, mas prometeu ;atacar de frente; a difícil situação. No entanto, o anúncio do nome do próximo secretário do Tesouro ; assunto que despertava as maiores expectativas ; não foi feito por Obama. ;Nessas posições-chave, é muito importante escolher certo e não se apressar de modo a acabar cometendo erros;, explicou. Em sua breve fala antes das perguntas, Obama destacou a má notícia publicada ontem nos principais jornais, de que os Estados Unidos perderam 240 mil postos de trabalho só em outubro (leia mais na página 21). ;Imediatamente após assumir, vou confrontar essa crise econômica tomando todos os passos necessários para atenuar a crise de crédito, ajudar as famílias de trabalhadores, e restaurar o crescimento e a prosperidade;, afirmou o democrata. Ele defendeu, mais uma vez, um ;plano de resgate; também para a classe média, em particular com a ampliação do auxílio-desemprego e um plano de estímulo fiscal para reaquecer o crescimento econômico. Dessa forma, ele manteve a proposta feita nos últimos dias de campanha. ;Uma prioridade particularmente urgente é a extensão dos benefícios do seguro desemprego aos trabalhadores que não conseguem encontrar trabalho em uma economia cada vez mais fraca;, destacou. Obama fez questão de lembrar, porém, que ;os EUA têm um governo e um presidente por vez e, até 20 de janeiro, o governo é a administração atual;. No dia em que as duas principais montadoras americanas anunciaram grandes perdas, Obama ressaltou ainda a importância de ajudar a indústria automobilística. De acordo com notas divulgadas pelas empresas General Motors e Ford, o terceiro semestre de 2008 registrou um prejuízo operacional de US$ 4,2 bilhões e US$ 2,98 bilhões nas duas montadoras, respectivamente. ;A indústria automotiva é a espinha dorsal da indústria americana e uma ferramenta fundamental na nossa tentativa de reduzir a dependência do petróleo estrangeiro. Decidi que a equipe de transição terá de trabalhar sobre novas medidas para ajudar a indústria de automóveis a se adaptar (à redução na demanda);, disse o eleito. Em referência aos parlamentares norte-americanos, Obama falou sobre a urgência na conclusão de um novo plano de resgate para a economia, com valor entre US$ 60 bilhões e US$ 100 bilhões, além dos US$ 700 bilhões já aprovados (leia mais na página 32). ;Quero ver um pacote de estímulo o mais rápido possível. Se ele não for aprovado (pelo Congresso) até o fim do ano, essa será a primeira coisa que farei assim que assumir como presidente dos EUA;, garantiu. Obama admitiu aos repórteres que sabe perfeitamente o cenário que encontrará ao assumir a presidência, mas tentou demonstrar segurança em suas propostas para solucionar os problemas. ;Eu não subestimo a grandiosidade do desafio que se coloca à nossa frente. (%u2026) Não vai ser fácil sair do buraco. Mas os Estados Unidos são um país forte e resistente. Sei que conseguiremos se deixarmos o sectarismo e a política de lado e trabalharmos juntos como uma nação;, declaro

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