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Presidente do Parlamento do Irã critica declarações de Obama sobre questão nuclear

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postado em 08/11/2008 17:24
O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, criticou neste sábado (08/10) as declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, que qualificou sexta-feira de "inaceitável" a fabricação por Teerã de armas nucleares. Questionado sobre as declarações de Obama referentes ao caso nuclear, Larijani declarou: ;isso significa insistir no mesmo caminho errôneo. Se os Estados Unidos querem mudar sua situação na região, eles precisam enviar os sinais certos;. "Obama entende que a mudança não significa apenas mudar a cor e trazer mudanças superficiais. A mudança tem que ter uma base estratégica;, acrescentou Larijani. Na primeira entrevista como presidente eleito, em Chicago, Obama disse que ;a fabricação pelo Irã de armas nucleares é algo inaceitável. Precisamos organizar um esforço internacional para impedir que isso aconteça". As críticas acontecem depois que Teerã teria reagido de maneira positiva à vitória do candidato democrata nas eleições presidenciais americanas. Na última quinta-feira, o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, chegou a parabenizar Obama por sua eleição, em um gesto de cordialidade raro entre os dois países inimigos. "Quero parabenizá-lo por ter conseguido reunir uma maioria de votos durante a eleição", declarou Ahmadinejad, em mensagem publicada pela agência Irna. A mensagem foi divulgada num momento em que os dois países não mantêm relações diplomáticas há quase 30 anos. Dois jornais conservadores iranianos, por outro lado, também criticaram a nova equipe de Obama. "Os homens de Obama são partidários de Israel", é a manchete deste sábado do jornal Kayhan, que afirma que Rahm Emanuel, escolhido como secretário de gabinete do presidente eleito, é filho de um ex-dirigente da organização terrorista sionista Irgun. Por sua parte, o também conservador Jomhuri Eslami intitulou: "Luz verde de Obama para o regime sionista". Segundo a agência Irna, Larijani considerou que, devido à existência de múltiplos centros de decisão nos Estados Unidos, o país não mudará facilmente de política. "Os dirigentes iranianos optaram por prosseguir com o programa nuclear depois de ter calculado os riscos e sabendo que havia pressões", afirmou o presidente do parlamento, acrescentando que essa decisão "era necessária para o futuro do Irã". Os Estados Unidos e os países ocidentais suspeitam que o Irã pretende fabricar armas atômicas utilizando como cobertura seu programa nuclear civil, o que Teerã sempre desmentiu. Durante sua coletiva, Obama também pediu ao Irã que deixe de apoiar organizações terroristas.

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