postado em 10/11/2008 11:31
VLADIVOSTOK - As autoridades russas dão continuidade nesta segunda-feira (10/11) às investigações do acidente a bordo de um submarino nuclear que deixou 20 mortos, enquanto o sul do extremo oriente russo se prepara para um dia de luto.
O acidente pode ter ocorrido devido à presença de um grande número de civis a bordo de uma grande automatização, disse o especialista à agência de notícias Ria Novosti. O "Nerpa", que realizava testes no Mar do Japão, tinha 208 pessoas a bordo, entre elas 120 engenheiros e operários do estaleiro onde o submarino foi construído.
Um ato religioso foi celebrado em Vladivostok, base da marinha russa na costa Pacífico, após o pior acidente do gênero na Rússia desde a catástrofe do Kursk que deixou 118 mortos em 2000.
As autoridades russas decretaram terça-feira um dia do luto em toda a região do Litoral (Primorié), onde o submarino foi construído e de onde são originárias as vítimas. Algumas delas serão embalsamadas na quarta-feira na cidade próxima, Bolchoï Kamen, de onde o submarino, logo depois de ser concluído, partiu para testes marítimos, segundo as agências russas.
"É muito difícil suportar. É um verdadeiro choque", declarou Pavel Laptsov, um morador da região, a um canal russo de televisão. O acidente aconteceu sábado no Mar do Japão, onde o submarino estava sendo testado para ser vendido à Índia, por várias centenas de milhões de dólares, informou a imprensa russa.
"A primeira versão oficial é o mau funcionamento do sistema contra incêndio", declarou Sergueï Lelioukhine, funcionário do governo regional de Primorié, após uma reunião dos investigadores em Bolchoï Kamen. Em circunstâncias ainda desconhecidas, as vítimas morreram ao inalar gás fréon (tóxico) emitido numa parte do navio após o acionamento do sistema contra incêndio, segundo autoridades russas.
"Vinte e uma pessoas estão sendo tratadas no hospital. Os outros membros da equipe estão passando por exames médicos", declarou o vice-governador de Primorié, ao principal canal de televisão russo.
O "Nerpa" não apresentara muitos problemas, comentou por sua vez Guennadi Illarionov, antigo capitão do mar e especialista no instituto dos problemas de tecnologias marítimas do Extremo Oriente.