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Caso Jean Charles: últimas testemunhas deporão perante jurado

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postado em 10/11/2008 14:39
LONDRES - A investigação judicial para determinar as circunstâncias nas quais a polícia britânica matou por engano o brasileiro Jean Charles de Menezes, iniciada no dia 22 de setembro, entrou em sua última etapa: serão concluídos, nesta segunda-feira (10/11), os depoimentos de testemunhas perante o júri. O juiz responsável pela investigação, Sir Michael Wright, indicou nesta segunda-feira aos membros do júri que esta etapa da pesquisa judicial sobre a morte do eletricista brasileiro de 27 anos, abatido erroneamente por agentes da Scotland Yard em uma estação do metrô de Londres em julho de 2005, havia terminado. "Não haverá mais apresentação de evidências", declarou Wright, convocando os jurados - que em nove semanas já ouviram mais de 50 testemunhas, entre elas dezenas de policiais - para o dia 1º de dezembro. "Nas próximas semanas, darei uma oportunidade às diferentes partes para que preparem ou me apresentem qualquer solicitação que gostariam de fazer sobre os temas que deverei examinar, e perguntas que gostariam de me fazer", disse Wright. A investigação judicial sobre Jean Cahrles - semelhante à realizada para esclarecer a morte da princesa Diana - não constitui um julgamento regular, já que não é um processo, nem determina penas ou punições. Este tipo de investigação pública - procedimento jurídico específico da Inglaterra e do País de Gales - tem como objetivo determinar as causas de uma morte que tenha ocorrido em circunstâncias violentas ou inexplicadas. E, embora não indique uma condenação, as conclusões de seu júri podem servir de base para outros passos legais, como exigir que os culpados prestem contas à justiça se o jurado concluir que a morte foi um assassinato. Até agora, nenhum oficial de polícia - nem seu chefe máximo, Sir Ian Blair, que renunciou em outubro, nem os quase 20 agentes que participaram da operação nem os policiais que apertaram o gatilho - foram processados pela morte de Jean Charles, classificada por sua família como "um assassinado".

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