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Operários vão às ruas na Argentina contra ameaça de desemprego na indústria automotiva

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postado em 10/11/2008 15:42
Buenos Aires - Milhares de operários da indústria automotiva foram às ruas nesta segunda-feira na Argentina, em protesto contra suspensões do serviço e ameaças de demissões ante a crise financeira global, que golpeou um dos setores econômicos mais possantes do país. Segundo Mario Manrique, um dos líderes do Sindicato de Mecânicos, afiliado à central operária CGT, colunas de manifestantes vindos em caravana de cidades da província de Buenos Aires concentraram-se diante do ministério do Trabalho, entre outros pontos estratégicos. A presidente peronista Cristina Kirchner havia se comprometido a "defender o emprego e a produção" ante a crise financeira mundial iniciada nos Estados Unidos. O setor automotivo liderou nos últimos anos o vigoroso crescimento industrial da Argentina, com um recorde histórico de produção em 2007: foram fabricados 544.500 veículos, com uma perspectiva de 600.000 para 2008. O Sindicato de Mecânicos denunciou que 10.000 operários já foram afastados desde o começo da crise, à qual as empresas atribuem à queda das exportações que têm como principal destino o Brasil, seguido do México e da União Européia. A Renault, que conta com 1.400 empregados, anunciou dias atrás férias coletivas de 10 dias para 1.000 operários, depois de ter rescindido 350 contratos transitórios semanas atrás. A Volkswagen, que exporta 95% de seus produtos e a Iveco, do grupo Fiat, adiantaram férias coletivas. Na província de Buenos Aires (centro-leste), a Peugeot aplica reduções da jornada de trabalho para 4.000 operários; e a Mercedes Benz, com 2.000 trabalhadores, aplica rotatividade nas jornadas. A General Motors, com fábrica em Santa Fé (centro-leste), despediu 435 empregados, mas o governo provincial ditou uma conciliação obrigatória e a montadora está em plena negociação sindical. A queda da produção trouxe um impacto negativo na indústria de autopeças, que no começou de outubro advertiu que estavam em risco em curto prazo 1.100 postos de trabalho. O setor emprega diretamente 60.000 pessoas.

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