postado em 10/11/2008 15:55
Bruxelas - A União Européia (UE) lançou nesta segunda-feira a primeira operação naval de sua história, destinada a combater a pirataria diante do litoral da Somália e no Golfo de Adén, uma zona pela qual transitam 30% do transporte mundial de petróleo.
A operação "Eunavfor Atalanta", impulsionada por Espanha e França, foi aprovada em reunião de ministros de Defesa da UE em Bruxelas, e tem o início previsto para o mês de dezembro. Seu caráter histórico se vê reforçado pelo fato de que será a primeira operação comandada por um britânico, o vice-almirante Philip Jones.
"A UE vai lançar sua primeira operação naval autônoma em dezembro. A Grã-Bretanha é uma grande potência militar e a operação será comandada por um oficial britânico, a partir do quartel-general de Northwood", anunciou o ministro francês da Defesa, Hervé Morin.
Destinada a proteger navios que transportam ajuda humanitária da ONU, além de cargueiros e pesqueiros que trabalham na zona, a operação estará composta por sete navios, entre eles três fragatas e uma embarcação de abastecimento, e contará com apoio aéreo. Já anunciaram sua participação oito países, entre eles Alemanha, França, Reino Unido e Espanha.
A iniciativa européia foi adotada depois que o presidente somali Abdulahi Yusuf Ahmed pedisse que seu país e a comunidade internacional combatessem a pirataria em águas da Somália, cenário de uma dura guerra civil que consumiu o país na anarquia.
Este ano, os piratas somalis atacaram pelo menos 81 navios estrangeiros no Oceano Índico e no Golfo de Adén, o dobro que em todo 2007, informou à AFP Noel Choong, diretor da Agência Marítima Internacional com sede em Kuala Lumpur (Malásia).
Os piratas, que utilizam lanchas rápidas e contam com forte armamento, chegaram a reter embarcações durante várias semanas antes de liberá-los em troca de pagamentos pelos governos dos países afetados. Índia, Rússia e OTAN também enviaram navios à zona.