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Personalidades dizem o que Obama precisa fazer

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postado em 11/11/2008 07:50
O presidente Barack Obama herdará tantos problemas do governo de George W. Bush que a seleção de prioridades torna-se difícil. O jornal norte-americano The Washington Post ouviu algumas personalidades do mundo econômico e diplomático dos Estados Unidos sobre o que Obama deve fazer após tomar posse, em 20 de janeiro. "O maior desafio de Barack Obama será recuperar a imagem dos Estados Unidos no mundo. Ele deve reinventar os EUA como um país que sabe ouvir, que se une a outros e tem "um respeito decente pelas opiniões da humanidade". As seguintes medidas podem ajudar a reverter o estrago causado pelos anos Bush: parar de agir como se a sua forma de ver o mundo fosse a única; não definir antiamericanismo de maneira tão ampla que qualquer crítico que torne um inimigo; promover soluções internacionais e instituições multilaterais." Shashi Tharoor, ex-subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas Obama deve adotar uma diplomacia regional compreensiva na região que vai do leste do Egito ao oeste da Índia. Deve estar pronto para negociar diretamente com o Irã sobre as ambições nucleares do regime islâmico e as preocupações de ambos com a segurança regional - sem pré-condições e sem ameaças de guerra contraproducentes. Deve revisar a estratégia para o Afeganistão de forma que ela explore a possibilidade de acordos com forças talibãs. Se líderes talibãs locais concordarem em expulsar remanescentes da Al-Qaeda, a Organização do Tratado do Atlântico Norte poderá assumir essas áreas. Por fim, uma iniciativa diplomática explícita para definir os parâmetros da paz entre israelenses e palestinos. Zbigniew Brzezinski, ex-conselheiro de Segurança Nacional do presidente Jimmy Carter "Na nação mais rica do mundo não deve esquecer as pessoas mais pobres do planeta. A maior prioridade de Obama precisa ser uma estratégia que eu chamo de desenvolvimento sustentável - combinação de crescimento econômico com sustentabilidade ambiental para os EUA e o mundo. Esse projeto misturaria ciência e política e reconheceria que as soluções devem ser cooperativas e globais, em vez de unilaterais e nacionais. Pulamos de crise em crise sem reconhecer que os problemas estão interconectados. O que ocorre em Darfur, na Somália e no Afeganistão tem muito a ver com a escassez de água, clima e desafios da população. Mesmo a cirse financeira foi deflagrada, em parte, pela crise energética. Obama terá de enfrentar esses problemas de forma holística". Jefrey Sachs, assessor especial do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon A vitalidade da economia dos EUA deve ser a prioridade número um, porque é a base do poder político e da capacidade militar. Criatividade, inovação e empreendedorismo são as chaves da prosperidade no século 21. O novo presidente deve se concentrar em políticas tributárias pró-crescimento, incentivos à criação de empregos e investimentos em inovação, treinamento para trabalhadores e educação. Também devemos levar adiante uma ampla reforma de imigração para continuar atraindo empreendedores, pessoas que assumem riscos e que trabalham duro em todo o mundo. Carly Fiorina, ex-executiva-chefe da HP e ex-assessora econômica de John McCain Um furacão de categoria 5 atingiu o sistema financeiro mundial, mas uma tempestade ainda maior se aproxima. As mudanças climáticas ameaçam a saúde da economia, da política e do meio ambiente no planeta. É hora de remodelar os sistemas que movem o país e o mundo. O presidente deve fazer disso a maior prioridade econômica - e criar o Conselho Nacional de Energia na Casa Branca. Alguns investimentos necessários incluem: modernizar a rede de energia elétrica com equipamentos digitais, equipar Detroit para que produza veículos híbridos para livrar os carros da dependência de petróleo, dedicar muito mais recursos a pesquisas nessas áreas. Ted Turner, diretor da Fundação Nações Unidas

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