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Human Rights defende reforço da ONU no Congo

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postado em 11/11/2008 10:54
Goma, Congo - As Nações Unidas devem aumentar rapidamente o número de mantenedores de paz no leste do Congo para proteger os civis, em meio a conflitos e ao aumento das mortes, afirmou nesta terça-feira (11/11) o Human Rights Watch (HRW). Segundo a organização não-governamental, o Conselho de Segurança da ONU deveria ampliar a força de 17 mil membros no Congo, a maior missão da entidade no mundo, em mais 3 mil soldados e policiais. "As negociações (políticas) oferecem promessa de solução no Congo a longo prazo, mas os civis precisam de proteção contra assassinatos e estupros agora", denunciou a pesquisadora Anneke Van Woudenberg, que trabalha para o Human Rights Watch no Congo. A crise explodiu no leste congolês desde o início da ofensiva liderada pelo general renegado Laurent Nkunda, em 28 de agosto. Nkunda mantém suas tropas perto de Goma, capital provincial, e declarou um cessar-fogo unilateral. Milhares de moradores fugiram de suas casas, em meio aos conflitos esporádicos e à debandada de soldados congoleses. A força da ONU fez pouco para evitar o avanço dos rebeldes, enfurecendo a população. O Human Rights Watch, citando fontes locais e civis, afirma que na cidade de Kiwanka pelo menos 50 civis foram mortos, a maioria por forças de Nkunda em represália a supostos colaboradores dos inimigos. Segundo o grupo, o número de vítimas pode ser ainda maior. O confronto no leste do Congo envolve a tensão étnica oriunda do massacre de 1994 de pelos menos 500 mil tutsis, na vizinha Ruanda. Nkunda diz que protege a minoria tutsi de milícias hutus que participaram do genocídio e depois fugiram para o Congo. Líderes africanos disseram em um encontro anteontem que podem enviar soldados para apoiar as tropas da ONU. Um porta-voz dos rebeldes afirmou que todos que lutaram ao lado do governo congolês serão combatidos. Nkunda quer negociações diretas com o governo local, mas o presidente Joseph Kabila diz que aceita apenas negociar com todos os movimentos rebeldes da região juntos.

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