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EUA conclamam o Irã a parar imediatamente o desenvolvimento de mísseis

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postado em 12/11/2008 16:48
O governo George W. Bush manteve a pressão sobre o Irã nesta quarta-feira, pedindo à República Islâmica que pare "imediatamente" de desenvolver mísseis balísticos, depois de um novo teste anunciado por Teerã. O Pentágono não confirmou oficialmente a autenticidade da prova. No entanto, a administração Bush considerou que o fato confirma duas necessidades imediatas: levar adiante o projeto antimísseis - apesar da irritação da Rússia - e dar prosseguimento aos esforços para convencer o Irã a suspender suas atividades nucleares sensíveis, apesar das especulações sobre uma diplomacia menos intransigente, com a chegada de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos. "Não posso confirmar o lançamento, mas esta informação é coerente com o fato de que eles continuam desenvolvendo um programa de mísseis balísticos que constitui uma ameaça para os vizinhos e até para outros países", declarou Bryan Whitman, porta-voz do Pentágono. "Sabemos que o Irã está desenvolvendo uma nova versão, em relação ao Shahab-3, capaz de atingir nossos aliados e amigos no Oriente Médio e no sudeste da Europa", afirmou. As atividades balísticas iranianas são "totalmente contrárias" às obrigações internacionais do Irã, frisou Gordon Johndroe, porta-voz da Casa Branca. "O Irã não pode continuar testando mísseis se quiser realmente conquistar a confiança do resto do mundo. O regime iraniano precisa parar imediatamente de desenvolver mísseis balísticos, capazes de serem transformados em armas nucleares", acrescentou. O Irã disse ter testado nesta quarta-feira um míssil terra-terra de "nova geração". Segundo imagens mostradas pela televisão iraniana, o artefato é muito parecido com o Shahab-3, com um alcance anunciado de 2.000 km, podendo atingir Israel. As atividades balísticas iranianas reforçam os temores de parte da comunidade internacional, e principalmente dos Estados Unidos, sobre o programa nuclear iraniano. Teerã garante que suas atividades nucleares têm fins exclusivamente civis. Diplomatas dos seis países envolvidos nas negociações sobre o programa nuclear iraniano devem se reunir nesta quinta-feira em Paris. "O presidente Bush e nossos parceiros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, assim como a Alemanha, estão determinados a seguir adiante com a via diplomática, e propuseram ao Irã um pacote generoso de medidas para incentivar o país a suspender suas atividades de enriquecimento de urânio", relatou Johndroe. Os esforços conduzidos há anos pela administração Bush não foram suficientes para levar o Irã a suspender suas atividades nucleares sensíveis. Com a chegada do senador democrata Barack Obama à Casa Branca, com posse marcada para o dia 20 de janeiro, ganham força as especulações sobre uma eventual retomada do diálogo direto entre os Estados Unidos e o Irã, interrompido há mais de 25 anos. Em entrevista publicada nesta quarta-feira pelo New York Times, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, sugeriu a mediação de seu país.

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