postado em 14/11/2008 21:50
Hillary Clinton, senadora democrata pelo Estado de Nova York, se recusou nesta sexta-feira (14/11) a comentar o boato de que poderia ser convidada a assumir a Secretaria de Estado no governo do presidente eleito dos Estados Unidos, o também democrata Barack Obama. Os dois foram rivais durante as primárias do partido e travaram uma disputa repleta de troca de acusações.
"Não vou especular nem dizer nada sobre a administração do presidente eleito", disse Hillary ao início de um discurso na cidade de Nova York sobre investimentos públicos no transporte urbano. Ele afirmou ainda, a jornalistas, que "qualquer pergunta a respeito deve ser dirigida à equipe de transição" de Obama.
Foram as TVs NBC e, depois, CNN que disseram ter ouvido de assessores de Obama, sob condição de anonimato, que o nome de Hillary era cogitado.
Nesta sexta-feira, Hillary viajou para Chicago, onde Obama e sua equipe de transição estão trabalhando. Embora a equipe da senadora tenha dito que a viagem tinha razões pessoais, Hillary e Obama se encontraram. O conteúdo da conversa, porém, não foi divulgado.
O analista Paul Light, do Centro John Brademas de Estudos do Congresso, da Universidade de Nova York, disse à agência de notícias Reuters que a eventual escolha de Clinton poderia pôr fim às rachaduras criadas no partido pela derrota dela nas primárias e a escolha de outro democrata, o senador Joe Biden, para candidato a vice na chapa. "Por outro lado, aventar o nome dela e depois escolher outro seria repetir as divisões e dar margem a dúvidas sobre a seriedade de Obama em unir o partido."
"Eu acho que ela tem expectativas superiores a essa", afirma Stephen Hayes, colunista do programa "Weekly Standard Magazine", da TV CNN, em referência à possibilidade de Hillary tentar concorrer à Presidência novamente em 2012. Deve-se levar em consideração, porém, que Obama venceu as eleições com uma boa margem e poderia querer tentar a reeleição no próximo pleito, o que reduziria as chances de Hillary - que tem, atualmente, 61 anos.
McCain
Outro ex-rival de Obama, o republicano John McCain, irá colaborar com o governo. Os dois se encontram na próxima segunda-feira (17), em Chicago, para "discutir formas de trabalhar juntos", conforme informou a porta-voz da equipe de transição de Obama, Stephanie Cutter. Segundo Cutter, os dois "dividem o importante entendimento de que os americanos querem e merecem um governo mais efetivo e mais eficiente".
McCain deu sinais de disposição em cooperar com Obama já em seu primeiro discurso após a confirmação da derrota, ainda no último dia 4, data oficial da votação. 'Eu prometo a ele [o presidente eleito] esta noite fazer tudo em meu poder para ajudá-lo a nos liderar através dos muitos desafios que vamos encarar.'