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Suposto chefe militar do ETA é detido na França

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postado em 17/11/2008 07:58
PARIS - O suposto chefe militar da organização separatista basca ETA, Garikoitz Aspiazu Rubina, conhecido como "Txeroki", foi detido durante a madrugada desta segunda-feira (17/11) no departamento dos Altos Pirineus, sudoeste da França, anunciou ministra do Interior, Michele Alliot-Marie. A ministra francesa, que não revelou detalhes sobre o local e as circunstâncias da detenção, afirma em um comunicado que "Txeroki é suspeito dos assassinatos de dois guardas civis espanhóis em Capbreton, no dia 1º de dezembro de 2007". Michele parabenizou as divisões policiais (a SDAT, comando antiterrorista, e a DCRI, direção central de inteligência interna) que tornaram a prisão possível. Os guardas civis Raúl Centeno, 24 anos, e Fernando Trapero, 23, foram assassinados a tiros por três membros do ETA na saída de uma cafeteria de Capbreton, quando realizavam uma missão no sudoeste da França. Os dois estavam justamente em busca do chefe do ETA, segundo a imprensa espanhola, e "Txeroki", que os policiais denominavam de "O Índio", teria participado diretamente na morte. "Txeroki", representante da ala radical do ETA, hostil ao diálogo estabelecido pelo governo socialista espanhol depois que a organização armada declarou cessar-fogo permanente em março de 2006, estava à frente dos comandos do ETA desde 2003. Nesse cargo, foi responsável pelos atentados cometidos pelo grupo desde então. Também é apontado como o responsável pela decisão que acabou com a trégua da organização armada, ou seja, o atentado de 30 de dezembro de 2006 no terminal do aeroporto Barajas, no qual morreram dois estrangeiros (dois equatorianos). O ETA (Euskadi Ta Askatasuna, Pátria Basca e Liberdade), que figura na lista das organizações terroristas da União Européia (UE) e dos Estados Unidos, é responsável, desde seu primeiro atentado, em 7 de junho de 1968, por 824 assassinatos em quase 40 anos de luta contra o Estado espanhol pela independência do País Basco. O objetivo do ETA, perseguido através da violência, é obter a independência do "Euskal Herria", o Grande País Basco, que vai do rio Adour, na França, até o rio Ebro, na Espanha, incluindo as regiões autônomas espanholas do País Basco e Navarra, assim como o País Basco francês (sudoeste do país vizinho). No âmbito político, o ETA contava com o apoio da coalizão radical Batasuna e suas predecessoras Herri Batasuna (HB) e Euskal Heritarrok (EH), que, em diversas eleições, obteve entre 12% e 18% dos votos do eleitorado basco. O Batasuna foi declarado ilegal em março de 2003 pelo Supremo Tribunal espanhol e recentemente a justiça espanhola suspendeu as atividades de dois outros partidos separatistas, ANV e PCTV, proibindo os mesmos de se apresentar nas eleições legislativas. O ETA foi fundado em 31 de julho de 1959 por estudantes nacionalistas por causa do 'imobilismo' do Partido Nacionalista Basco (PNV, moderado) ante o franquismo. O PNV, por sua vez, foi criado no final do século XIX baseado na ideologia étnica, antiespanhola e ultracatólica de seu fundador Sabino Arana.

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