postado em 17/11/2008 09:28
BAGDÁ - A bancada parlamentar do clérigo radical xiita iraquiano Moqtada al-Sadr quer impedir por todos os meios legais que o Congresso aprove o acordo de segurança com os Estados Unidos adotado domingo pelo governo.
"O bloco Sadr tentará impedir a assinatura do acordo por todos os meios legais e tentará constituir uma aliança no Parlamento com este objetivo", disse o porta-voz do grupo, Ahmad al-Masudi.
A bancada, que tem 30 dos 275 deputados da Câmara, pretende apresentar um projeto de lei exigindo que, para entrar em vigor, o acordo tenha que receber o apoio de dois terços do Congresso.
"É necessário que não possa ser aprovado por maioria simples", disse Masudi. "Consideramos que a adoção por maioria simples vai contra as instruções de Ali al-Sistani, que deseja um consenso nacional sobre o acordo", completou Masudi, cujo movimento exige a retirada imediata e incondicional das tropas americanas do Iraque.
O grande aiatolá Ali Sistani, a maior autoridade xiita do Iraque, aprovou implicitamente na sexta-feira a adoção do texto. Ele afirmou que correspondia ao governo decidir se era oportuno assinar um acordo de segurança com Washington e insistiu no respeito à soberania do Iraque, além da necessidade de alcançar um grande consenso.
O texto de 31 artigo foi enviado ao Parlamento, que farpa uma primeira leitura nesta segunda-feira, antes da votação definitiva em 24 de novembro. O Parlamento não tem o direito de alterar o texto.
Negociado durante quase um ano, o acordo prevê a saída do Iraque de todos os 150 mil soldados americanos antes do fim de 2011, oito anos depois da invasão que derrubou Saddam Hussein. O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, conseguiu a aprovação dos ministros das três grandes comunidades do país, xiita, sunita e curda.