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O campo de prisioneiros de Guantánamo

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postado em 17/11/2008 14:55
WASHINGTON - O centro de detenção da base naval americana de Guantánamo (Cuba), que o presidente eleito Barack Obama confirmou domingo querer fechar, tornou-se um símbolo dos excessos da "guerra contra o terrorismo" da administração George W. Bush. Mais de 800 homens e adolescentes já passaram pelo centro desde sua abertura em janeiro de 2002, e cerca de 250 ainda se encontram nele, a maior parte sem acusações formais. As fotografias das celas a céu aberto que rodaram o mundo por muito tempo agora dividem espaço com ervas daninhas e iguanas. Até mesmo os hangares onde os prisioneiros foram tratados como cachorros estão praticamente vazios agora. Hoje, a maior parte dos prisioneiros está em duas prisões modernas construídas sobre o modelo de penitenciárias de alta segurança dos Estados Unidos. Os prisioneiros ficam sozinhos nas celas, iluminadas permanentemente e de onde saem apenas duas horas por dia, para uma recreação em um espaço um pouco maior. Três prisioneiros, entre eles, foram levados à justiça, com a abertura de um processo formal. O australiano David Hicks foi condenado por um tribunal militar de exceção, após se declarar culpado de apoio ao terrorismo como parte de um acordo que reduz a sua pena para nove meses de prisão. Atualmente, vive livre em seu país. Salim Hamdan, ex-motorista de Osama bin Laden, foi condenado no início de agosto a cinco anos e meio de prisão por um tribunal militar de exceção. Ele já pagou a pena, mas o Pentágono já preveniu que não sairá de lá, por enquanto. Ali Hamza Ahmad al-Bahlul, propagandista do chefe da rede terrorista Al-Qaeda, foi condenado no início de novembro à prisão perpétua por terrorismo, também por um tribunal militar de exceção. Ele recusou-se a se defender durante o julgamento e proibiu seu advogado de tomar da palavra. Cerca de vinte outros prisioneiros foram acusados de crimes de guerra, mas o próximo processo julgamento, o de Omar Khadr, um jovem canadense, está programado, apenas, para o dia 26 de janeiro. O presidente George W. Bush, ele próprio, várias vezes citou o "objetivo" de fechar o centro de detenção. Em 2007, um projeto de transferência de detidos a uma prisão militar em Fort Leavenworth, Kansas, foi mal recebido pela população vizinha, preocupada com a possibilidade de que "perigosos terroristas" pudessem fugir ou que o local tornasse alvo de atentados.

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