postado em 18/11/2008 07:48
O governo espanhol comemorou ontem mais um importante golpe sofrido pelo grupo terrorista basco ETA (sigla para Pátria Basca e Liberdade, no idioma basco) com a prisão daquele que era considerado o seu chefe militar. Mikel Garikoitz Aspiazu, conhecido também pelo codinome Txeroki (;Cherokee;), foi capturado na madrugada de ontem pela polícia francesa na localidade de Cauterets, do lado francês dos montes Pirineus, que assinalam a fronteira. O ETA luta há quatro décadas pela independência do País Basco, que se distribui entre os territórios espanhol e francês.
;Hoje, o ETA está mais fraco e a democracia espanhola, mais forte;, anunciou o presidente do governo (primeiro-ministro) espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero. Garikoitz Aspiazu, de 35 anos, é suspeito de ter cometido o assassinato de dois guardas de fronteira espanhóis em uma emboscada, em dezembro de 2007. ;Essa prisão mostra o compromisso resoluto da polícia francesa com a luta contra todas as formas de terrorismo, e ilustra mais uma vez o estado excelente da cooperação franco-espanhola no combate ao terrorismo basco;, diz um comunicado oficial das autoridades francesas.
Foi na França que o ETA sofreu nos últimos meses os golpes mais contundentes em sua organização, muito debilitada na Espanha em conseqüência do repúdio generalizado da sociedade ao terrorismo. Em maio último, foi capturado em Bordeaux Javier López Pena, líder político do movimento separatista. Em julho de 2007, havia sido detido no sul da França o chefe do setor logístico, Juan Cruz Maiza Artola.
Apesar da sucessão de baixas, o ETA não deixou de responder às ofensivas policiais com ondas de atentados contra objetivos como regiões turísticas da Espanha, por vezes cidades importantes, ou mesmo com o assassinato de autoridades políticas ou policiais. Nas quatro décadas em que combate pela independência, a organização é apontada como responsável por 820 mortes. Em junho de 2007, o grupo declarou o fim de um cessar-fogo ;permanente; que havia aceitado dois meses antes para estabelecer negociações discretas com o governo Zapatero.