postado em 19/11/2008 07:59
CARACAS - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, convocou seus partidários nesta terça-feira para "encurralar" a oposição sem "clemência" nas eleições regionais do próximo domingo, em seu último discurso de campanha, ao lado dos candidatos do Partido Socialista Unido (PSUV).
"Vamos deixá-los encurralados em todo o país. Vamos lançar esta missão para encurralá-los sem clemência' para que saibam que somos revolucionários", gritou Chávez para milhares de partidários reunidos em um teatro de Caracas.
A Venezuela elegerá no domingo governadores e prefeitos, na primeira votação após a derrota de Chávez no referendo sobre a reforma constitucional, em dezembro de 2007.
Nas eleições de 2004, a oposição conquistou apenas os governo de Zulia e Nueva Esparta, dos 24 estados em disputa, mas Chávez disse hoje que os oposicionistas têm seis governos estaduais, contando com Sucre, Aragua, Carabobo e Guárico, controlados por dissidentes do chavismo. "Hoje têm seis Estados. Não é verdade que têm dois. Agora estão acomodando os números".
Chávez lembrou a derrota no referendo constitucional para convocar a população a comparecer às urnas: Oh Lucifer dos infernos! Três milhões dos que votaram em mim (na presidencial de 2006) ficaram em casa no ano passado. Fomos derrotados por nós mesmos", exclamou.
"Quero um voto eficiente e que todos ocupem as ruas porque (os opositores) já estão cantando fraude. O povo deve ir às ruas, ao lado das Forças Armadas, para garantir o respeito dos resultados da votação popular". Chávez tem participado ativamente desta campanha eleitoral, que já transformou em um grande plebiscito sobre seu governo.
"É o meu destino, o destino de Chávez que está em jogo (...) Que Chávez continue governando a Venezuela dependerá do que acontecer em 23 de novembro", declarou o presidente no domingo passado, em Maracaibo, capital de Zulia.
Os institutos de pesquisa apontam que, desta vez, a oposição pode ganhar em pelo menos cinco estados. Além disso, o chavismo enfrenta ainda um grupo de candidatos dissidentes, chamados de "traidores" e "apátridas" por Chávez, que já não estão nas fileiras do PSUV e que podem vencer em alguns pontos-chave.
No total, 17 milhões de venezuelanos são esperados nas urnas para eleger 22 governadores, 328 prefeitos e 233 responsáveis por conselhos regionais.