postado em 19/11/2008 11:52
NOVA YORK - O ex-presidente americano Bill Clinton se ofereceu para submeter suas atividades a uma revisão ética e identificar os doadores de sua fundação de caridade caso sua esposa seja nomeada secretária de Estado, informou nesta quarta-feira (19/11) o Wall Street Journal.
Assessores do presidente eleito Barack Obama e do casal Clinton estão conversando desde segunda-feira para tentar superar preocupações sobre eventuais conflitos de interesse se Hillary for indicada como chefe da diplomacia americana. Dessa maneira, Bill Clinton teria aceitado tornar público todos os nomes de novos doadores de sua fundação e de todos os que contribuíram no passado com ela.
O ex-presidente solicitará a autorização do governo de Obama antes de aceitar compromissos de participação paga em seminários ou futuras doações a sua biblioteca presidencial e sua fundação Clinton Global Initiative, afirma o jornal, citando fontes presentes às conversações. "Clinton quer ser tão transparente quanto deseja a equipe de Obama", afirmou uma fonte.
Obama se reuniu com a ex-primeira-dama em Chicago na semana passada e nenhum deles negou desde então a crescente especulação de que o presidente eleito está considerando a possibilidade de nomear a ex-primeira-dama como secretária de Estado de seu futuro governo.
Fontes ligadas a Obama confirmaram que Hillary estava sendo considerada. No entanto, o porta-voz da senadora, Philippe Reines, foi evasivo ao ser questionado. "Qualquer especulação sobre o gabinete ou outras nomeações do governo deve ser tratada pela equipe de transição do presidente eleito Obama", disse Reines à CNN.
Hillary Clinton, 61 anos, tem ampla experiência em política externa no Senado, como membro da comissão das Forças Armadas, e indiretamente quando seu marido Bill Clinton foi presidente de 1993 a 2001. Durante a campanha, Hillary Clinton criticou a ingenuidade, segundo ela, de seu adversário Barack Obama em termos de política estrangeira, principalmente sua vontade de diálogo com o Irã.
Vários nomes importantes já foram mencionados pela imprensa como possíveis secretários de Estado de Obama, incluindo o candidato à presidência pelos democratas em 2004, o senador John Kerry, o governador do Novo México e ex-embaixador na ONU Bill Richardson - favorito entre a comunidade hispânica -, além dos senadores republicanos moderados Richard Lugar e Chuck Hagel.
Fontes próximas do presidente eleito confirmaram ao canal CNN que a nomeação de Clinton era esperada, mas seu porta-voz Philippe Reines foi prudente. "Todas as especulações sobre postos ministeriais ou outros da administração são verdadeira do encargo da equipe de transição do presidente eleito Obama", declarou.
Segundo o Washington Post, o nome da ex-primeira-dama foi citado porque o partido de Obama "não está extremamente satisfeito" com os nomes habitualmente citados. Bill Clinton, por sua vez, já declarou que sua esposa seria "uma ótima secretária de Estado".
"Ela trabalhou muito duro pela eleição dele após a disputa pela indicação do partido, e eu também. Ficamos muito felizes com sua vitória e temos muita confiança de que ele fará um bom trabalho", acrescentou o ex-presidente, referindo-se ao fato de Hillary ter se engajado fortemente na campanha de Obama após ter disputado com ele a candidatura democrata. "Mas ela não fez o que fez esperando ou com expectativas de que recebesse qualquer oferta de cargos, menos ainda este", afirmou Clinton.