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Piratas do Sirius Star pedem reforço de combatentes somalis

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postado em 21/11/2008 14:31
Pelo menos cem combatentes que apóiam os piratas somalis autores do seqüestro do superpetroleiro saudita Sirius Star se encontram em Harardere ante o temor de que as forças antipirataria lancem uma operação para libertar a embarcação ancorada no pequeno porto. "Os combatentes vieram da região de Gulgudud e Mudug" no centro da Somália, declarou Mohamed Awale, morador de Harardere. Os piratas somalis a bordo do superpetroleiro saudita Sirius Star exigiram na última quinta-feira (20/11) resgate de US$ 25 milhões a ser pago no prazo de dez dias, desafiando abertamente a comunidade internacional que mobiliza cada vez mais navios de guerra ao longo da costa da Somália. Segundo Martin Jensen, diretor da companhia Frontline, líder mundial do transporte de petróleo, recorrer a uma estratégia militar mais agressiva é a única solução para a escalada da pirataria nas costas somalis. Jensen disse que a Frontline, que tem uma frota de 80 petroleiros, está planejando pedir a seus barcos que evitem as águas somalis no Oceano Índico e no Golfo de Aden, e passem pelo Cabo da Boa Esperança caso uma força internacional não seja mobilizada rapidamente. Também enfatizou que a pirataria não é um problema que possa ser resolvido por apenas uma companhia. O armador norueguês Odfjell afirmou ainda na segunda-feira que também optará pela rota de circula o Cabo da Boa Esperança, mais longa e mais cara, porém mais segura. Outra grande companhia mundial de transporte de petróleo, a Neptune Orient Lines (NOL), com sede na Cidade de Cingapura, indicou que está acompanhando de perto a situação no Golfo de Aden, mas, por enquanto, não desviou seus navios. Por outro lado, os países árabes do Mar Vermelho, reunidos na quinta-feira no Cairo, culparam a instabilidade na Somália pela recente onda de ataques de piratas na região, e se comprometeram a cooperar para combater este fenômeno. Dirigentes sauditas, sudaneses, dos Emirados Árabes, djibutianos, jordanianos e do governo provisório da Somália participaram da reunião, presidida pelo Iêmen e pelo Egito. No comunicado final, os participantes prometeram que a soberania da Somália será respeitada em caso de medidas contra a pirataria, sem entrar em detalhes sobre como os diferentes países pretendem acabar com os ataques. No texto, eles expressaram "a preocupação dos países árabes do Mar Vermelho com o crescimento do fenômeno da pirataria". "A pirataria ao largo do litoral somali é uma das conseqüências da deterioração da situação política, humanitária e da segurança na Somália", ressaltaram os participantes. Segundo o comunicado, os Estados vão nomear comissões militares encarregadas de emitir recomendações sobre as diferentes formas de combater a pirataria. Uma das opções é "monitorar os piratas e impedi-los de entrar no Mar Vermelho", diz o texto. Os Estados árabes ainda destacaram que apoiarão as operações internacionais contra a pirataria, "desde que elas sejam conforme ao direito internacional e respeitem a soberania dos países, tanto de seus territórios como de suas águas". Piratas somalis seqüestraram o Sirius Star, de 330 metros de comprimento e carregado com 300.000 toneladas de petróleo, e exigiram 25 milhões de dólares para libertar o navio e seus 25 tripulantes. O valor da carga de petróleo transportada pelo Sirius Star é de cerca de 100 milhões de dólares.

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