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Abbas afirma que Cisjordânia e Gaza terão eleições antecipadas

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postado em 25/11/2008 12:41
RAMALLAH - O presidente da Autoridade Palestina Mahmud Abbas assegurou nesta terça-feira (25/11) que as eleições que tem previsto convocar caso fracasse a reconciliação com o Hamas acontecerão tanto na Cisjordânia como na Faixa de Gaza, controlada pelo movimento islamita. O Hamas, que controla o parlamento da Autoridade Palestina - cujo mandato conclui em janeiro de 2010 - rejeita a realização de eleições gerais conforme vontade de Abbas. "Eles chegaram ao parlamento pelas urnas e têm que aceitar de novo o veredicto das urnas. A democracia não se pratica apenas uma vez", afirmou Abbas no início de uma reunião de governo em Ramallah. "Se vencerem, serão bem-vindos, mas se não vencerem, terão de aceitar os resultados", acrescentou o presidente palestino, que pertence ao Fatah, movimento adversário do Hamas. Abas se declarou a favor da presença de observadores internacionais para vigiar o desenvolvimento dessas eleições que, assegurou, serão transparentes. Depois de um ano e meio de coexistência difícil no poder, o Hamas expulsou o Fatah em junho de 2007 da Faixa de Gaza, território que controla desde então. Na véspera, Abbas, deu um prazo de até o fim do ano ao Hamas para aceitar um diálogo de reconciliação porque, caso contrário, convocará eleições gerais. "Repetimos hoje que vamos conceder um prazo até o final do ano para o lançamento de um diálogo nacional. Se nossa oferta for em vão, convocaremos eleições presidenciais e legislativas de proporcionalidade integral", declarou Abbas em um discurso pela televisão por ocasião de sua designação como "presidente do Estado da Palestina" uma instância-chave da Organizaçao para a Libertação da Palestino (OLP). Estava previsto que o partido de Abbas, o Fatah, e o Hamas mantivessem um diálogo de reconciliação no Cairo em 10 de novembro passado, mas o encontro foi cancelado depois que o movimento islamita decidiu boicotá-lo para protestar contra as detenções políticas de seus membros na Cisjordânia. O Hamas, por sua vez, criticou nesta segunda-feira a designação de Abbas como "presidente da Palestina", classificando isso de manobra para fugir à expiração em breve de seu mandato na chefia da Autoridade Palestina. Abbas, cujo mandato após o dia 8 de janeiro de 2009 não será reconhecido pelo Hamas, foi designado no domingo presidente da Palestina pelo CCOLP. O CCOLP conta com 120 membros, dos quais a maioria votou a favor da manutenção de Abbas no cargo. O Hamas se baseia na Constituição da Autoridade Palestina, que estabelece quatro anos para o mandato de seu presidente. Abbas foi eleito em 8 de janeiro de 2005. Já o Fatah, ligado a Abbas, apóia-se na lei eleitoral, que estipula que as eleições presidenciais e legislativas devem ser realizadas no mesmo dia, motivo pelo qual o mandato de Abbas deve se prolongar por mais um ano. O atual Parlamento, dominado pelo Hamas, foi eleito em janeiro de 2006, para um mandato de quatro anos. O "Estado Palestino" foi proclamado simbolicamente em 1988 por Yasser Arafat, mas ainda não foi reconhecido, devido à ocupação israelense.

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