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Martine Aubry é a nova chefe do Partido Socialista francês

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postado em 25/11/2008 18:41
A ex-ministra Martine Aubry, idealizadora da semana de trabalho de 35 horas na França, foi confirmada nesta terça-feira no comando do Partido Socialista francês (PS), ao término de uma batalha acirrada com a ex-candidata presidencial Ségolène Royal que deixou o principal partido da oposição enfraquecido e dividido. Após vários dias de contestações e polêmicas, Aubry foi declarada nesta terça-feira vencedora da votação dos membros do partido, realizada na sexta-feira passada, por uma comissão de verificação e em seguida pelas instâncias dirigentes do PS. Martine Aubry fez questão de estender a mão à adversária llogo depois do anúncio do resultado. "As condições nas quais transcorreu a eleição me obrigam a conversar com Ségolène, se ela aceitar", declarou a filha do ex-presidente da Comissão Européia Jacques Delors. "Não há um bloco contra outro. Não há dois partidos socialistas. Existe, sim, um único partido, que deseja se unir e respeitar todos seus militantes", afirmou, por sua vez, o primeiro secretário do PS, François Hollande. O PS, principal partido de oposição ao governo do presidente de direita Nicolas Sarkozy, sai desta eleição enfraquecido. Depois de um congresso realizado em meados de novembro em Reims (nordeste da França), o partido, incapaz de definir uma linha política e de chegar a um consenso sobre seu novo líder, teve de organizar uma votação interna entre seus 230.000 militantes para resolver o problema. No segundo turno desta votação, Martine Aubry, representante da ala mais esquerdista do PS, obteve apenas 42 votos de vantagem sobre Ségolène Royal, candidata à eleição presidencial de 2007 contra Sarkozy e defensora de uma aliança com os centristas. Depois de finalizar suas verificações, a comissão anunciou nesta terça-feira que Aubry foi eleita com 67.451 votos contra 67.349 para Royal, ou seja, por uma diferença de 102 votos. Estas verificações não foram suficientes para silenciar os partidários de Royal, que denunciaram irregularidades durante a votação. Um colaborador da ex-candidata presidencial, David Assouline, pediu novamente na noite desta terça-feira a realização de outra eleição. Para Martine Aubry, 58 anos, esta vitória marca uma volta ao cenário político nacional. Em 2002, ela se entrincheirou em seu feudo de Lille, uma cidade do norte da França da qual é prefeita desde 2001. Chamada "a dama das 35 horas", ela sofreu das muitas críticas, às vezes virulentas, proferidas contra esta lei, apresentada opela direita como o símbolo das reformas centralizadoras da esquerda. Ela defende hoje um PS mais à esquerda, próximo dos movimentos sindicais e operários. Para Ségolène Royal, 55 anos, esta derrota representa um duro revés. Ela pregava uma modernização do partido em seu modo de funcionamento e em seus métodos de comunicação.

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