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Islamitas nos hotéis em Mumbai: "queremos reféns americanos e britânicos"

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postado em 27/11/2008 09:46
MUMBAI - "Queremos reféns americanos e britânicos": é o que os seqüestradores islamitas armados gritaram aos hóspedes aterrorizados dos dois hotéis de luz de Mumbai atacados na noite de quarta-feira. "Eles disseram para ninguém se mexer, para colocar as mãos na cabeça e depois perguntaram se havia britânicos ou americanos", contou Alex Chamberlain, um hóspede inglês do hotel Oberoi Trident, que conseguiu escapar por uma escada de emergência. "Meus amigos disseram: não vai bancar o herói, não fala que você é britânico", continuou. Ele conseguiu fugir quando os reféns foram levados pelos seqüestradores para os andares superiores do estabelecimento. No Taj Mahal, um dos hotéis mais famosos do mundo, outros homens armados tinham exatamente o mesmo objetivo: encontrar americanos e britânicos. "Eles procuravam estrangeiros, pediram passaportes britânicos ou americanos", contou Rakesh Patel, um britânico que vive em Hong Kong. "Eles entraram pelo restaurante e nos obrigaram a subir as escadas", disse, com o rosto sujo de fumaça, ao canal de televisão NDTV. "Eles eram muito jovens, quase crianças, com calça jeans e camiseta", declarou, acrescentando que ele conseguiu se esconder no 18o andar do prédio. Uma mulher contou que ficou deitada no quarto do Taj com 25 outros clientes imobilizados, enquanto os assaltantes respondiam à intervenção das unidades de comando que foram socorrer os reféns. "Esta foi, sem nenhuma dúvida, a pior experiência de toda minha vida. Seis horas muito, muito dolorosas", disse aos jornalistas. "Ouvimos o exército chegar no hotel. Escutamos os tiros e as explosões. Finalmente, os bombeiros quebraram os vidros do quarto e descemos pela escada", lembrou. A americana Marilyn Ernsteen também estava no Taj com seu marido Joseph: quando os tiros começaram, ela achou que fossem fogos de artifício. Depois, os funcionários do hotel pediram para o casal, de Chicago, que se trancasse no quarto e aguardassem. "Não estava entendendo nada do que estava acontecendo. Estava apavorada", disse, acrescentando que fugiu com o marido pela saída de emergência. A atriz da televisão australiana Brooke Satchwell havia acabado de entrar no hall majestoso do Taj quando os tiros começaram: "foi horrível. Algumas pessoas foram mortas nos corredores", contou a imprensa. Unidades antiterroristas entraram no hotel na manhã desta quinta-feira para tentar tirar os islamitas armados de fuzis de assalto e granadas que pegaram como reféns um número indeterminado de clientes do palácio. Um gigantesco incêndio foi declarado numa ala histórica do estabelecimento, pegando de surpresa os inúmeros ocupantes em seus quartos. "Tínhamos acabado de pedir comida e ouvimos explosões e pessoas gritando", contou David Coker, um estudante australiano de 23 anos que jantavam quarta-feira no Café Leopold de Mombai. Sua namorada levou um tiro na perna e ele foi pego de raspão por outro tiro. Estes atentados foram assumidos em nome de um grupo islamita desconhecido que se apresentou como Mudjahedines do Deccan.

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